O senador Beto Faro (PA) assumiu no início de 2024 a liderança do PT no Senado, sucedendo o colega Fabiano Contarato (PT-ES). Sabia que os desafios de coordenar a atuação do maior partido da frente eleita em 2022 para governar o país seriam imensos no segundo ano da nova gestão. Precisava equilibrar uma ação profundamente alinhada ao governo Lula com a independência necessária ao Parlamento. E sabia que, para isso, contava com a força coletiva de um grupo tão qualificado quanto o dos colegas de PT no Senado. Terminado o primeiro semestre legislativo, o balanço desse delicado equilíbrio, e da ação conjunta com os demais senadores e senadoras do PT, é muito positivo. Faro aposta na força coletiva para que o segundo semestre registre novas conquistas.
Liderou a bancada na discussão de temas tão importantes quanto a criação do Pé-de-Meia, projeto do Ministério da Educação que garante uma bolsa para estudantes se manterem no Ensino Médio. A iniciativa visa combater a até então sempre crescente evasão escolar nessa etapa. Participou das negociações que resultaram no estabelecimento do Sistema Nacional de Cultura, uma espécie de SUS para o setor cultural, considerado um marco que deverá consolidar o renascimento da área sob Lula – depois de anos do obscurantismo bolsonarista.
Barrando armas para jagunços
Representante do Pará, profundamente ligado à agricultura familiar e à defesa da Amazônia, Beto Faro agiu com rapidez ao ajudar a barrar a tramitação, na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, do projeto de um senador bolsonarista que permitiria a “vigilantes rurais” portar armas de grosso calibre – literalmente, armamento usado em guerras, com munição igual às da Organização do Tratado do Atlântico Norte. A proposta inevitavelmente aumentaria a violência no campo.
O líder do PT no Senado entrou com coragem no debate sobre a importância estratégica de autorizar a mensuração do potencial da chamada Margem Equatorial, entre Pará e Amapá, para produção de petróleo. É uma questão com muitos interesses contraditórios envolvidos, e o senador decidiu ouvir em audiências públicas tanto o governo federal quanto as mais variadas entidades da sociedade civil, em busca de um caminho que combine preservação ambiental com desenvolvimento econômico tão necessário para a região. A área que se especula ter petróleo fica a 575 km da margem do Amazonas.
Beto Faro também se empenhou em promover políticas de saúde pública voltadas às populações mais vulneráveis, propondo a ampliação do acesso aos serviços de saúde e melhoria da infraestrutura hospitalar, sobretudo de municípios da Amazônia paraense.
Na área ambiental, em consonância com o governo federal, pediu reforço financeiro a municípios no combate ao desmatamento na Amazônia Legal – entre os meses de agosto de 2023 e abril de 2024, o problema registrou uma redução de 55%. Faro é defensor incansável da preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável, apoiando medidas para a proteção da biodiversidade, o combate ao desmatamento e a promoção de energias limpas.
O que vem por aí
O senador paraense vê dois grandes temas na pauta legislativa do segundo semestre: a regulamentação da Reforma Tributária, cujo primeiro projeto foi aprovado na Câmara e começará a ser discutido no Senado em agosto; e um marco de regras para a inteligência artificial, uma questão de profundas repercussões na vida social e econômica de qualquer sociedade.