Em entrevista para o site www.PTnoSenado.org.br , o deputado Bohn Gass (PT-RS) revela que o aumento da Desvinculação das Receitas da União (DRU) de 20% para 30% vai afetar drasticamente o orçamento da Seguridade Social neste ano. “O governo além de não acatar o orçamento, decidiu ampliar a desvinculação, ou seja, vai retirar dinheiro que deveria ir para a Saúde, para a Assistência Social e para a Previdência”, afirmou.
Ele explicou que a DRU é um instrumento que permite ao governo retirar do orçamento o dinheiro que deveria ir para uma área e aplicar em outra. No caso do Orçamento aprovado pelo Congresso e que valerá para 2017 estabeleceu que a receita estimada para a Seguridade Social será de R$ 668,1 bilhões.
Porém, ao aplicar 30% de desvinculação sobre esse valor, o rombo da previdência aumentará. “Esse orçamento é um dinheiro de tributação que o povo brasileiro paga, imaginando que seguirá para a Seguridade, mas o governo usa ou para pagar os juros da dívida dos banqueiros. Só que o dinheiro da Seguridade é sagrado. Se o governo, mentirosamente, afirma que há déficit, é por causa disso”, comentou.
Bohn Gass considera que o dinheiro dessa receita fosse direcionado corretamente para a Seguridade, e o governo taxasse os produtos do grande agronegócio como qualquer agricultor paga quando é exportado, nós teríamos dinheiro suficiente para manter a previdência como está hoje, pagando um direito elementar para o cidadão.
Dessa receita da Seguridade, de R$ 668,1 bilhões, o grande agronegócio contribui apenas com R$ 28 bilhões, para um valor de PIB gerado pelo setor dez vezes maior. O deputado disse que a Lei Kandir desonera quem exporta e isso precisa ser revisto. “O governo Temer só atende o setor privado. São os banqueiros quem ele atende. Não mexe nos privilégios, simplesmente fere os direitos do trabalhador, destrói a previdência pública e estimula a privada”, salientou.
Bohn Gass disse que o efeito prático dessa articulação nociva de Temer é a retirada de dinheiro da economia. Se a reforma passar, a pessoa vai entregar “seu dinheirinho” que sobra para um fundo de previdência privado. Logo, sem dinheiro na economia não há negócio e geração de emprego. “Quem conhece a Reforma da Previdência Temer a rejeita”.
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