Para representante da sociedade civil, país precisa aprender a conviver com o Semiárido e suas especificidades
Os programas sociais têm permitido que os brasileiros afligidos pela seca no Semiárido a enfrentem com cidadania. A afirmação foi feita por Naidison Baptista, coordenador da organização não governamental Articulação do Semiárido (Asa Brasil), na tarde desta segunda-feira (18/06), no Rio de Janeiro.
A Região Nordeste enfrenta em 2012 a pior seca dos últimos 30 anos. “O Bolsa Família e o programa de construção de cisternas garantem alimentação às famílias e evitam que elas se dirijam às filas de distribuição de alimentos”, disse Baptista, durante o painel “Água: cidadania para comer e beber”, na Arena Socioambiental, evento paralelo à Rio+20.
O coordenador da Asa Brasil destacou ainda que essas políticas devem ser prioritárias no governo. Segundo ele, desde 2003, mais de 400 mil cisternas foram construídas, beneficiando 2 milhões de famílias. As cisternas são tanques de armazenamento de água da chuva com capacidade de 16 mil litros para o consumo humano. “A seca não se combate, a gente tem que aprender a conviver com essa dimensão da natureza”, salientou.
O engenheiro agrônomo da ActionAid Internacional, Celso Marcatto, anunciou que a organização tem interesse em levar a tecnologia social das cisternas aos países em que atua. “Estamos presentes em mais de 50 nações. Sabemos que água é poder. E ela não pode ficar concentrada nas mãos de poucas pessoas”.
Também participante do painel, o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, destacou que o país produz 1 milhão de toneladas de pescado por ano. “O destino do Brasil é ser um dos maiores produtores do mundo”. Para ele, o pescado pode contribuir com o Plano Brasil Sem Miséria para superar a extrema pobreza.
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