Desmascarados

Deputados bolsonaristas usam CPI para tentar criminalizar MST

Para os parlamentares petistas, esforço para criminalização ficou clara na apresentação do plano de trabalho do relator da comissão

CPI do MST deputados do PT

Deputados bolsonaristas usam CPI para tentar criminalizar MST

etistas na CPI do MST desmascaram bolsonaristas na Comissão. Fotos: Gustavo Bezerra

Os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST mal começaram e já deixam clara a tentativa de bolsonaristas de apenas criminalizar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A denúncia foi feita por parlamentares do PT, nessa terça-feira (23), durante a apresentação do plano de trabalho do relator do colegiado, deputado Ricardo Salles (PL-SP, ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro.

No início da reunião, o relator revelou que o objetivo da comissão será investigar “a invasão de propriedade privada, a depredação de patrimônio público e ações correlatas” e “possíveis autoridades que não estejam cumprindo suas funções” para evitar os atos. Salles disse ainda que poderá requisitar documentos para avaliar as contas do MST. Apesar das acusações, nenhum fato concreto foi apresentado para justificar a CPI, como determina a Constituição Federal e o regimento interno da Câmara.

“O plano de trabalho, se não for corrigido, já é o relatório prévio, pois fala em ‘investigar invasões, depredação e crimes correlatos’. Esse plano de trabalho deve se adequar porque já está criminalizando o MST antes mesmo das oitivas e de reuniões prévias”, denunciou a integrante da CPI e presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

O coordenador do Núcleo Agrário do PT na Câmara, deputado João Daniel (PT-SE), disse que a CPI foi criada com o objetivo de criminalizar os trabalhadores que fazem parte do MST. “A história dessa CPI é a mesma da ‘casa grande contra a senzala’. É a história dos que foram financiados ou estão sendo usados pelos desmatadores de terra e pela grilagem”, apontou.

Assentado da Reforma Agrária, o deputado Valmir Assunção (PT-BA) antecipou que parlamentares bolsonaristas vão usar a CPI apenas para criar falsas narrativas. “Essa CPI não tem fato determinado, ao arrepio da Constituição Federal, e tem o objetivo apenas de servir de palanque político para um grupo que perdeu as eleições”, afirmou.

Ocupações

Sobre a investigação das ocupações, que erroneamente o relator chama de invasões, Valdir Assunção explicou que essa é uma ação adotada desde o início do MST para pressionar o poder público a fazer a reforma agrária. “Já houve quatro CPI’s (para investigar o MST) e não encontraram nada. Ocupação de terra é para se cumprir o que diz a Constituição, em seu artigo 184 e 186, que determina a reforma agrária, ao contrário dos grandes proprietários de terra que grilaram terras e assassinaram posseiros”, acusou.

Por sua vez, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) questionou a função da CPI do MST: “Precisamos de apoio para quem produz o que chega na mesa do povo. Isso não está no escopo desta CPI, que podia fazer um bem para o País e debater aquilo que é necessário para a agricultura brasileira”.

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