A poucos dias do final de 2021, o governo anunciou uma nova maldade para os trabalhadores brasileiros: a tabela do Imposto de Renda deve continuar sem atualização, por determinação do ministro da Economia, Paulo Guedes. Isso significa que Jair Bolsonaro, mais uma vez, descumpre sua promessa de campanha e arrocha ainda mais as contas da população, sobretudo da classe média.
É importante lembrar. Em setembro de 2018, durante a campanha eleitoral, Bolsonaro copiou uma proposta que era de Lula e Haddad e disse que reajustaria a tabela do IR a ponto de tornar isento quem recebesse até cinco salários mínimos (o que, em 2019, seriam quase R$ 5 mil). Era só mais uma mentira de Bolsonaro, que não fez um reajuste sequer, assim como Michel Temer. Dessa forma, a última vez que houve uma correção da tabela foi em 2015, no governo Dilma.
Na prática, o que representa uma tabela desatualizada? “Nos leva a uma situação de injustiça, principalmente com a classe trabalhadora e a classe média. Todas as pessoas que têm salário superior a R$ 1.904 estão pagando IR. Se reajustássemos a tabela, trazendo toda a inflação desde 1996 e descontando os ajustes que já foram dados, teríamos que ter um reajuste de 134%. Então, pessoas com salário de até R$ 4.400 estariam isentas”, explicou o presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), Mauro Silva, em entrevista à rádio Jovem Pan.
Ou seja, Bolsonaro prometeu que quem ganhasse menos de R$ 5.500 não pagaria imposto de renda. Mas depois que virou presidente, cobra taxa até mesmo de quem ganha menos de R$ 2.000. Isso sem falar na inflação que ele trouxe de volta, já perto dos 11%, que corrói toda a renda dos trabalhadores.
Não é à toa que os brasileiros querem se livrar do ex-capitão e apontam Lula como o melhor presidente que o país já teve, conforme mostra pesquisa divulgada pelo Datafolha. Entre 2005 e 2015, durante os governos do PT, a tabela do IR foi reajustada anualmente. E, quatro vezes, em 2005, 2006, 2007 e 2009, o reajuste corrigiu integralmente a inflação. Eram de tempos de respeito à renda e à dignidade do trabalhador.