Jair Bolsonaro (PSL) institucionalizou o balcão de negócios no Congresso Nacional. Foi assim que o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), resumiu a oferta de direcionamento de verbas do orçamento feita pelo governo para garantir apoio de deputados à Reforma da Previdência. O valor chega a R$ 40 milhões por voto de parlamentar. Para aprovar a medida, Bolsonaro precisa de 308 votos dos 513 da Câmara Federal. Se mantiver a promessa, o governo desembolsará mais de R$ 12 bilhões para aprovar o projeto.
“Bolsonaro se elegeu com discurso de que seria a nova política. Mas não há nada mais velho e atrasado do que a sua figura e as suas práticas. Quer oficializar o tomar lá, dá cá, usando bilhões do erário para comprar deputados com a finalidade de que eles votem para retirar direitos do povo. Agora, a gente entende porque ele diz que não tem dinheiro para a educação, para a saúde e até para a Previdência. Está tudo sendo usado para a compra de votos”, afirmou o senador.
A proposta do governo é dar ao parlamentar que se alinhar ao Planalto uma cota extra de R$ 10 milhões por semestre, totalizando os R$ 40 milhões até 2020. O valor é ainda maior para líderes que garantirem votos de seus partidários, R$ 80 milhões. Para Humberto, a medida mostra o desespero do governo para tentar aprovar o projeto, que penaliza os mais pobres e mantém privilégios de diversos setores.