Tragédia anunciada

Bolsonaro cortou 95% do orçamento para enfrentar desastres naturais

Com orçamento praticamente zerado, prevenção e combate a desastres naturais são quase nulos. Para 2023, governo vetou 95% de recursos para obras em encostas
Bolsonaro cortou 95% do orçamento para enfrentar desastres naturais

Foto: Agência PT

A contenção de desastres naturais no Brasil está comprometida, com orçamento praticamente zerado para que governantes possam investir em prevenções e controlar as tragédias provocadas pelas chuvas de verão.

Bolsonaro praticamente zerou o orçamento de obras no combate aos desastres, com redução de 95% para 2023. A verba proposta Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) para o próximo ano é de apenas R$ 2,7 milhões, a menor para esse tipo de obra desde a criação da rubrica, em 2012.

O ano de 2012, no governo de Dilma Rousseff, foi o ano em que o governo federal mais injetou recursos para apoiar obras de prevenção e combate aos desastres provocados pelas chuvas. O valor autorizado de gastos foi de R$ 997 milhões, corrigidos para junho de 2022 pelo IPCA, considerada a inflação oficial.

Bolsonaro, neste ano de 2022, colocou R$ 53,9 milhões no orçamento, o que representa um corte de 94,9%.

Os dados foram levantados pela coluna no sistema Siga, do Senado Federal, que tem como base o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal). No caso de 2023, o valor proposto consta no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) do MDR, enviado ao Congresso.

Situação alarmante
De acordo com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que compõe o Grupo Técnico de Desenvolvimento Regional da transição de governo, a situação é alarmante e o orçamento previsto para contenção de desastres naturais na área da Defesa Civil em 2023 é um sétimo do valor gasto neste ano.

“Não há orçamento para contenção de desastres naturais. A situação que nós temos hoje, do ponto de vista orçamentário, é praticamente zero de recursos para evitar, em um cenário global que nós temos de ampliação de desastres naturais por conta do aquecimento global, teremos investimento zero para ações da Defesa Civil por desastres naturais”.

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