preço dos combustíveis

Bolsonaro devia cortar impostos, em vez de atacar governadores

A estratégia populista, demagógica e irresponsável do presidente Jair Bolsonaro de colocar a população contra os governadores pela redução do preço dos combustíveis é, na avaliação do senador Humberto Costa, um ataque à harmonia entre os entes da federação
Bolsonaro devia cortar impostos, em vez de atacar governadores

Foto: Alessandro Dantas

A estratégia populista, demagógica e irresponsável do presidente Jair Bolsonaro de colocar a população contra os governadores pela redução do preço dos combustíveis é, na avaliação do senador Humberto Costa (PT-PE), um ataque à harmonia entre os entes da federação, uma afronta à inteligência dos brasileiros e uma clara tentativa de se isentar de responsabilidade.

De acordo com o parlamentar, mesmo sabendo que os Estados não podem zerar os seus impostos sobre combustíveis, pois ficariam completamente impedidos de investir em serviços públicos, o presidente aposta em desgastar as instituições e a classe política com um ato impraticável.

“Bolsonaro promove uma intromissão inaceitável em receitas estaduais, gerando sério embate federativo. Se quisesse resolver algo de fato, agiria dentro de suas atribuições, em vez de distribuir bravatas e insultar governadores”, disse.

O petista acredita que, se Bolsonaro realmente quisesse resolver o problema, poderia cortar a incidência de PIS, Cofins e Cide sobre a gasolina, o diesel e o etanol, que subiram 164% nos últimos anos e, somente no ano passado, geraram mais de R$ 27 bilhões à União.

Humberto afirmou que Pernambuco, por exemplo, teve 17,5% das suas receitas de 2019 provenientes somente do ICMS sobre combustíveis. Segundo ele, seria inimaginável perder recursos dessa ordem.

“Essa não é saída para resolver o preço do combustível. O grande responsável pelos altos valores da gasolina e do botijão de gás é a gestão de Bolsonaro, porque é a União que estabelece a política junto à Petrobras, que hoje se baseia de acordo com a tendência de preços no mercado internacional”, ressaltou.

O senador entende que, sob Bolsonaro, a Petrobras perdeu posição estratégica de proteção da população às variações internacionais e lembra que as gestões de Lula e Dilma fizeram uma opção decisiva e acertada pelos brasileiros, evitando repasse de oscilações ao bolso do consumidor.

Ele lembra que essa política dos governos do PT tinha reflexo direto não só no preço mais baixo da gasolina, mas no botijão de gás, nas passagens de ônibus e na cesta básica. “Em Pernambuco, a Petrobras investiu pesadamente na indústria naval e gerou oito mil empregos, que hoje se perderam. Jogamos milhares de trabalhadores pernambucanos no olho da rua”, lamentou.

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