Na última sexta-feira (17), a Petrobrás anunciou um novo aumento no diesel (14,26%) e na gasolina (5,18%). Assim, foram necessários apenas 11 dias para que a “proposta” de Jair Bolsonaro para baixar os preços dos combustíveis fosse completamente desmoralizada.
O leitor deve se lembrar do plano anunciado atual presidente e seu ministro da Economia, Paulo Guedes. No último dia 6, os dois disseram que iam mover a tropa de choque do governo no Congresso para aprovar um Projeto de Lei Complementar e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para baixar o ICMS, imposto estadual que recai também sobre os combustíveis.
O Partido dos Trabalhadores e diversos especialistas logo avisaram que o plano era fajuto, pelo simples fato de não mudar o PPI, que é a política de preços dolarizados da Petrobrás, verdadeira causa dos preços altos.
“Indignação fake”
Bolsonaro finge que não pode fazer nada porque não tem coragem de exercer a autoridade de presidente da República e chatear os acionistas estrangeiros, que ganham muito dinheiro com o PPI. Nesta segunda-feira (20), mesmo dia em que mais um presidente da estatal caiu, a Petrobrás pagou a primeira parcela da distribuição recorde de R$ 48,5 bilhões em dividendos.
O líder do PT na Senado, Paulo Rocha (PA), colocou o dedo na ferida. “O governo Bolsonaro é um amadorismo só. Não dura um presidente da Petrobras. Tudo para sustentar o teatro do presidente de que não é culpa dele o reajuste de preços dos combustíveis. É sim. E essa máscara caiu faz tempo.”