O ano de 2020 vai entrar para a história como um dos mais nefastos para o país, por causa da omissão criminosa e irresponsável do governo. O presidente Jair Bolsonaro será citado pelos livros como o responsável pelo aumento da desigualdade e a volta da inflação, que parecia derrotada após 35 anos. Nesta sexta-feira, 6 de novembro, saiu o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrado em outubro: 0,86%. A taxa registrada é a maior para outubro desde 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso, quando o indicador foi de 1,31%.
O governo Bolsonaro está perdendo a guerra contra o dragão da inflação e os preços dos produtos da cesta básica de alimentação disparou: o óleo de soja subiu 77,69%; o arroz, 59,48%; e feijão fradinho, 58,49%. A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), criticou o governo. “Este é o governo Bolsonaro. A inflação em 12 meses foi a 16,41%, só vista no Plano Real e maior que a crise de 2008. Temos safras recordes, mas hoje a diferença é que nada foi feito para garantir comida na mesa do trabalhador”, alerta.
Ela lamenta que o custo de vida esteja afetando justamente quem mais precisa: os pobres. Em São Paulo, a cesta básica subiu oito vezes mais que a inflação oficial do governo. A alta da cesta básica é elevada em 15 das 17 capitais pesquisadas. “A vida do povo continua endurecendo: preço do gás de cozinha, que já estava alto, subiu ainda mais. Em alguns lugares o botijão está R$ 105. E o governo vai acionar termoelétricas por causa de baixos reservatórios, o que vai aumentar o preço da energia”, ressalta.
Enquanto isso, o próprio governo não se sente estimulado a adotar qualquer medida para reverter o quadro de descontrole inflacionário. O diretor diretor de Política Econômica do Banco Central, Fábio Kanczuk, admitiu nesta sexta-feira que a inflação veio acima do esperado, mas diz que isso não deve afetar a condução da política monetária. E confirmou que o brasileiro ainda deve conviver com a inflação alta nos próximos meses.
Ele também disse que a taxa básica de juros (Selic) da economia também não será afeta. Para Kankczuk, o “choque inflacionário” é temporário. Segundo o burocrata da equipe econômica, o aspecto fiscal é o maior fator de risco para a inflação e os juros. E nada vai mudar. Ou seja, prevalece a política fiscal de Paulo Guedes, que impede investimentos do governo federal, estrangulando gastos e afetando com aumento do desemprego e da desigualdade social.