O tsunami de endividamento gerado por Bolsonaro e Paulo Guedes fez 751.745 mil pessoas com mais de 60 anos – boa parte, pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – tornarem-se inadimplentes entre 2021 e 2022. Dados do Serasa de abril deste ano revelam que o atual patamar recorde de inadimplência, se atingiu todas as faixas etárias, entre devedores com mais de 60 anos cresceu 7% em 12 meses.
Antes 10,7 milhões, agora são 11,4 milhões o número de pessoas com mais de 60 anos entre os 66,1 milhões de endividados registrados pelo Serasa em abril, recorde da série histórica iniciada em 2016. Antes, o pico do endividamento havia sido atingido em abril de 2020, com 65,9 milhões de devedores.
À Folha de São Paulo, o economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi, afirma que a inflação de Bolsonaro/Guedes e a consequente alta dos juros estão na origem desse fenômeno. “Basicamente é a inflação o principal fator. Foi justamente quando a inflação superou os 10% que a inadimplência começou a subir, em outubro de 2021”, explica.
“Inflação de dois dígitos você não consegue acompanhar, os salários não acompanham, o reajuste previdenciário também”, prossegue Rabi. “A inflação está correndo na frente do reajuste, que tem como base os 12 meses anteriores. Também depende muito da cesta de consumo, e o pessoal mais idoso tem remédio, plano de saúde”, enumera.
O economista afirma ainda que as seguidas altas da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC) impulsionam a inadimplência porque encarecem as dívidas. “Hoje o brasileiro deve, em média, para quatro diferentes instituições. Precisa renegociar, pleitear desconto, ampliar o número das parcelas que caibam no bolso”, ensina Rabi.
Entre o dia 25 de abril, quando começou a ser liberado o adiantamento da primeira parcela do 13º salário para aposentados e pensionistas, e 12 de maio, mais de 37 mil pessoas em todo o país com mais de 60 anos fecharam acordos de dívidas, informa a plataforma Serasa Limpa Nome.