“O Brasil tem três tipos de parlamentares: os fisiológicos, os corporativos e os que tem algum projeto de país, independente de que posição ideológica tenha. Se tem projeto, pelo menos a gente tem o que debater. O problema é que determinados setores não tem projeto nenhum. Ou tem interesses oligárquicos familiares ou interesses corporativos, e mais nada”, disse o senador Rogério Carvalho (SE), em entrevista ao Café Fórum.
Perguntado sobre o cabide de empregos para familiares que se tornou o governo Bolsonaro, o líder do PT no Senado respondeu que “é interessante perceber que Bolsonaro é fruto da negação da política, considerando a forma como ele surgiu, a partir do impeachment da Dilma, depois de 28 anos insignificantes como parlamentar. Mas agora, no seu governo, ele está fazendo tudo que ele disse que iria combater”.
Segundo o senador, neste momento da história da democracia brasileira, quem dita as regras no país é o mercado financeiro. “Eles mandam no Brasil e orientam os fisiológicos, que são os mercenários da política. Aqueles que vendem o seu voto, a sua força e representação política dada e concedida pelo povo, para atender aos interesses de uma corporação. E é tendo o Paulo Guedes como seu representante que o mercado financeiro, hoje, manda no Governo, manda nas estatais, dão migalhas ao povo brasileiro e criminaliza a pobreza”.
Sem liderar o país, Bolsonaro nos leva para o caos
Como médico, Rogério Carvalho sabe que o presidente fez de tudo para desautorizar o conhecimento científico no combate à pandemia da Covid-19 e assim, em meio à calamidade pública, levar vantagem. “Bolsonaro produz o caos e tira proveito dele. Não queria fazer transferência de renda, e agora quer ter ganhos políticos com o repasse de 600 reais do auxílio emergencial. Investiu no uso da cloroquina, sem comprovação, circulou sem máscara, agiu contra o isolamento social, e coloca a população brasileira em risco para ‘salvar a economia’. Tudo porque ele está ali, na presidência, para defender interesses corporativos, do mercado financeiro”, enfatizou o líder.
Diante de tantos desmandos e ações concretas a favor do vírus e contra a vida, há quem chame Bolsonaro de louco. Mas Rogério Carvalho prefere usar outras expressões para traduzir o perfil do presidente: “não acho pedagógico chamá-lo de louco, e sim de perigoso, de genocida, de irresponsável, e outros adjetivos, menos de louco. Ele é perverso, insensível, um demolidor”.
Assista a conversa com o Café Fórum, na íntegra: