Nesta segunda-feira (9), Jair Bolsonaro entregou pessoalmente ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), uma medida provisória (MP) que cria o Auxílio Brasil para substituir o Bolsa Família – o maior programa de transferência de renda do país, criado em 2003 na gestão do presidente Lula.
Embora Bolsonaro diga que vai ampliar o valor e o número de beneficiados, a MP não estabelece quanto será o benefício, quantas famílias vão receber, nem de onde vai tirar o dinheiro.
Para o senador Rogério Carvalho (PT-SE), fica evidente que o presidente da República quer mudar o nome do programa para se beneficiar eleitoralmente. “Não adianta o desespero, Bolsonaro. O povo sabe que o Bolsa Família foi criado por Lula. O primeiro presidente em nossa história que colocou o combate à fome na agenda do país. Já você, Bolsonaro, vai ser sempre lembrado como o presidente que recolocou o país no mapa da fome”, publicou o senador nas redes sociais.
O governo quer se apropriar do programa para tentar aumentar a popularidade de Bolsonaro, em queda vertiginosa. Segundo pesquisa da Atlas Político, feita na última semana de julho, Bolsonaro tem 62% de rejeição. Já Lula ampliou a vantagem sobre ele e venceria as eleições com 49,2% dos votos em um eventual segundo turno.
Bolsa Família: um marco na História do Brasil
O Bolsa Família atende 14,6 milhões de beneficiários e está entre as ações mais efetivas de combate à pobreza. O programa é referência mundial em tecnologia de transferência de renda, considerado pela Organização das Nações Unidas um exemplo a ser seguido por outros países. Carro-chefe do governo PT, o Bolsa Família, além de atenuar as necessidades materiais imediatas da população mais vulnerável, articula um conjunto amplo de programas sociais e amplia o acesso dos beneficiários a serviços de saúde, educação e assistência social.