Durante ato, jocosamente chamado de “Liberdade de Expressão”, em Brasília, nesta quarta-feira (27), Bolsonaro sugeriu que as eleições de 2022 poderão ser “suspensas” se “algo anormal” ocorrer. É a mais pura tradução do golpismo bolsonarista, agora ainda mais estridente à medida que se aproxima o pleito de outubro.
A fala de Bolsonaro, além do medo de encarar a vontade popular, revela um profundo descolamento da realidade. A tal suspensão, segundo o golpista, valeria para a disputa aos governos estaduais e para o Congresso Nacional. “Não pensam que uma possível suspensão de uma eleição seria só para presidente, isso seria para o Senado, para a Câmara, se tiver algo de anormal”, delirou.
Bolsonaro insistiu ainda, em mais um ataque às instituições, que as Forças Armadas sugeriram uma “contagem paralela” de votos, independente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele referiu-se a um inquérito do TSE instaurado pela Comissão de Transparência Eleitoral (CTE), e que conferiu, em fevereiro, a legitimidade do processo eleitoral no Brasil. “Eles [TSE] convidaram as Forças Armadas para verificar o processo, mas se esqueceram que o chefe das Forças Armadas é Jair Messias Bolsonaro”, ameaçou.
A presidenta Nacional do PT Gleisi Hoffmann reagiu ao golpismo do extremista de direita. “Contar votos nunca foi papel dos militares”, corrigiu a deputada federal pelo PT do Paraná. “A verdade é que Bolsonaro, pior presidente da história, não tem coragem de enfrentar o julgamento das urnas”, desafiou. “Quem tem 60% de rejeição não ganha eleição. Cabe ao campo democrático garantir o processo eleitoral e derrotar essa aberração”, conclamou a petista.