Brasil ajuda FAO a combater a fome na África e América do Sul

O contrato de US$ 20,2 milhões será para a troca de experiência com os países que enfrentam situações de fome e miséria. A expertise brasileira no cultivo do algodão é uma das frentes para contribuir para a geração de renda. 

 

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Para incrementar a produtividade das plantações de algodão em pequenas propriedades, o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio de Aguiar Patriota, assinaram um acordo de colaboração para agricultores familiares de países em desenvolvimento. A ideia é melhorar as condições de cultivo, investindo na utilização dos recursos técnicos e humanos e da ampla experiência do Brasil na cultura do algodão. A assinatura foi anunciada ao representante da FAO no Brasil, Hélder Muteia, na última semana, durante seminário Os Brics e o Sistema de Solução de Controvérsias da OMC, no Itamaraty. “Este acordo representa uma excelente oportunidade para demonstrar a eficácia da cooperação Sul-Sul entre países em desenvolvimento do mundo, parceiros para o crescimento econômico sustentável”, disse o petista José Graziano da Silva.

O Programa Bolsa Família foi considerado referência mundial pelos especialistas da FAO por ser um instrumento efetivo para promover a capacitação econômica das comunidades que é, na prática, o caminho da inclusão social. No início deste mês Relatório Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2012, da Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO), revelou que o Brasil conseguiu reduzir drasticamente o número de subnutridos, de 14,9% no período de 1990 a1992 para 6,9% entre 2010 e 2012.  O sucesso das políticas sociais brasileiras também foi citado positivamente por Alfredo Saad Filho, economista da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).

 

Algodão

O algodão é um dos mais importantes produtos agrícolas do mundo. Gera emprego e renda e contribui para a segurança alimentar, acesso aos serviços de saúde, moradia a milhares de famílias de agricultores, especialmente em países em desenvolvimento. Por afetar direta e indiretamente uma porcentagem significativa da população, o setor ocupa uma posição estratégica na política de desenvolvimento e em programas de redução da pobreza em diversos países da África, Ásia e América Latina.

O Brasil possui uma ampla e reconhecida experiência no desenvolvimento de tecnologias para a cadeia produtiva do algodão, principalmente para agricultores familiares na região Nordeste do Brasil. Um dos exemplos mais representativos de como a expertise pode melhorar as condições de vida de pequenos agricultores é o sucesso no mundo da moda de roupas e acessórios feitos a partir do algodão de fibra orgânica e colorida têm garantido renda e melhores condições de vida para agricultores familiares. Os produtos, que começaram a ser comercializados sem grande pretensão no interior da Paraíba já tomaram os grandes centros.

Cooperação Sul-Sul

O projeto busca contribuir com a realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e dos objetivos da Conferência Mundial da Alimentação, especialmente aqueles relacionados à execução de políticas que, por meio da Cooperação Sul-Sul, tornam possível que os agricultores familiares obtenham uma renda mais justa pelo seu trabalho, estimulando a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. O projeto também visa fortalecer as capacidades dos pequenos agricultores e suas famílias de participação no diálogo sobre políticas públicas.

De sua parte, a FAO põe à disposição do projeto sua experiência, excelência técnica e uma rede presente em mais de 130 países. Essas relações diretas com as instituições nacionais e regionais relevantes para a Cooperação permitem que a FAO facilite contatos e acordos entre as instituições colaboradoras nos países e na supervisão técnica dos projetos executados pela Organização.

O projeto de colaboração com a FAO terá duração de quatro anos e orçamento total de US$ 20,2 milhões, dos quais US$ 10 milhões serão investidos pelo Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), outros US$ 10 milhões pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), por meio de contrapartidas não financeiras, e pelo Escritório Regional da FAO para América Latina e Caribe com US$ 200 mil, também como contrapartida não financeira.

Inicialmente, as ações estarão centradas nos países membros ou associados ao Mercosul e Haiti, podendo ser posteriormente ampliado a outros países em desenvolvimento da América Latina e Caribe e África Subsaariana.

Posteriormente, as experiências e tecnologias geradas no âmbito do projeto serão identificadas, sistematizadas e difundidas com o objetivo de compartilhar o conhecimento sobre seus resultados, impacto, boas práticas e lições aprendidas dentro da cooperação técnica Sul-Sul no setor algodoeiro.

A importância da cultura do algodão

O algodão é um dos mais importantes produtos agrícolas do mundo. Gera emprego e renda e contribui para a segurança alimentar, acesso aos serviços de saúde, moradia a milhares de famílias de agricultores, especialmente em países em desenvolvimento. Por afetar direta e indiretamente uma porcentagem significativa da população, o setor ocupa uma posição estratégica na política de desenvolvimento e em programas de redução da pobreza em diversos países da África, Ásia e América Latina.

O Brasil possui uma ampla e reconhecida experiência no desenvolvimento de tecnologias para a cadeia produtiva do algodão, principalmente para agricultores familiares na região Nordeste do Brasil. Experiências vinculadas ao algodão de fibra orgânica e colorida têm garantido renda e melhores condições de vida para agricultores familiares.

Leia o texto em inglês http://www.fao.org/news/story/en/item/162607/icode/

Com informações da FAO

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