Brasil e Peru são destaques na queda da desnutrição

FAO alerta para desnutrição infantil e elogia ações brasileiras como o Bolsa Família.

Brasil e Peru são destaques na queda da desnutrição

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No relatório da FAO, o Brasil aparece em
destaque pela adoção de medidas de
melhoria da qualidade de vida no País

O custo da desnutrição para a economia global em termos de perda de produtividade e de cuidados com a saúde poderá representar cerca de US$ 3,5 trilhões, valor que corresponde à quase a totalidade do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha, a maior economia da Europa, alertou, nesta terça-feira (04), o coordenador-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o brasileiro José Graziano, durante o relatório da instituição O Estado da Alimentação e da Agricultura 2013 (SOFA, na sigla em inglês).

Graziano destacou o sucesso de países latinoamericanos como o Brasil e Peru, que têm alcançado bons resultados na redução da desnutrição, mas afirmou que o mal infantil e materna continua a diminuir a qualidade e a esperança de vida de milhões de pessoas no mundo, enquanto os problemas de saúde relacionados com a obesidade, tais como as doenças cardíacas e os diabetes, afetam outros tantos milhões.

Para combater a desnutrição, o SOFA defende que uma alimentação saudável e uma boa nutrição devem começar pelos alimentos e a agricultura. O relatório refere que a forma como cultivamos, processamos, transportamos e distribuímos os alimentos influencia aquilo que ingerimos, observando que melhores sistemas alimentares podem tornar os alimentos mais baratos, diversificados e nutritivos.

Proporcionar às mulheres um maior controle dos recursos e rendimentos — como acontece com o Bolsa Família, pago preferencialmente às mulheres — beneficia a sua saúde e a dos seus filhos, afirma o SOFA. As políticas, intervenções e investimentos em tecnologias agrícolas economizadoras de mão-de-obra e em infraestruturas rurais, bem como na proteção e nos serviços sociais, também podem contribuir para a saúde e nutrição das mulheres, bebês e crianças.

De acordo com a SOFA, fazer com que os sistemas alimentares melhorem a nutrição é uma tarefa complexa que exige um grande compromisso e liderança políticos ao mais alto nível, parcerias abrangentes e abordagens coordenadas com outros setores importantes, como o da saúde e da educação.

Durante a apresentação do relatório, realizada em Roma, Graziano apelou aos líderes mundiais para que intensifiquem os esforços para erradicação da desnutrição e da fome. Ele reconheceu avanços, mas avaliou que ainda há um “longo caminho pela frente”.

Segundo o relatório, 26% das crianças com menos de 5 anos têm atraso no crescimento e 31% sofrem de carência de vitamina A – responsável pelo crescimento, pela visão e pela proteção a infecções e encontrada em alimentos como o fígado e o rim dos animais, o leite integral, o creme de leite, os queijos, a manteiga, os peixes e a gema de ovos.

Destaque para o Brasil

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Para a FAO, programas como o Bolsa
Família, que têm a mulher como detentora
dos recursos, beneficiam a saúde dos filhos

O diretor-geral da FAO elogiou a forma como os governos do Brasil e do Peru conduzem a questão da política de combate à fome e à pobreza. No relatório, o Brasil aparece em destaque pela adoção de medidas de melhoria da qualidade de vida no País envolvendo 17 ministérios sob comando da presidenta Dilma Rousseff. Também é ressaltado o papel do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

“A experiência de países com estratégias de sucesso de nutrição, tais como o Brasil e o Peru, mostra que é preciso um forte compromisso e liderança política para alcançar êxito”, explicou o representante da FAO para a América Latina, Raúl Benítez.

Elogios às ações brasileiras
Na semana passada, no relatório “Estado Mundial da Alimentação Escolar 2013”, do Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas (PMA), o programa brasileiro de alimentação escolar também recebeu elogios.

Atualmente, 47 milhões de meninos e meninas recebem refeições nas escolas brasileiras, colocando o Brasil em segundo lugar do mundo na relação de países onde mais crianças são alimentadas nas escolas.

Outro dado importante na proteção à saúde das crianças foi também anunciado pelo governo brasileiro nos últimos dias revelou que a taxa de mortalidade infantil caiu de 17% nas crianças menores de 5 anos, entre 2004 e 2009 – em especial pela diminuição da desnutrição. O impacto é resultado da programa Bolsa Família que, entre suas condicionantes a determinação que as crianças estejam com o cartão de vacinação em dia para receber o benefício.

Com informações de agências onlines

Foto: Agência Senado

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