Brasil é reconhecido como referência mundial em doação de leite materno

Brasil é reconhecido como referência mundial em doação de leite materno

Estudo de publicação europeia aponta políticas brasileiras de aleitamento como as mais avançadas no mundoUm estudo publicado pela revista britânica The Lancet revelou que o Brasil tem a maior quantidade de doadores de leite materno no mundo. Entre as iniciativas que ajudaram a colocar o País em posição de destaque, está a Rede de Bancos de Leite Humano (rBLH). 

As políticas adotadas desde os anos 1980, detalhadas pela pesquisa, foram reconhecidas pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS) durante cerimônia de divulgação do estudo, realizada nesta quarta-feira (2), em Brasília. Uma placa comemorativa foi entregue ao ministro da Saúde, Marcelo Castro. 

“Hoje é um dia extraordinário para o Brasil, pois estamos sendo reconhecidos como um país referência no mundo inteiro pelo aleitamento materno”, destacou Castro. “São dados extraordinários e que nos deixam muito contentes, porque estamos tratando de seres humanos, de crianças que estão tendo um padrão de vida melhor”. 

Tecnologia exportada 

A pesquisa revela que o Brasil possui 213 unidades de Bancos de Leite espalhadas pelo território nacional, o que representa 72,9% dos sistemas de armazenamento do mundo. Entre 2008 e 2014, foram coletados 1,1 milhão de litros de leite doados, e as mulheres brasileiras foram responsáveis por 89,2% desse total. 

Para a manutenção dessas unidades de armazenamento e distribuição de leite materno, o Ministério da Saúde repassou R$ 3,2 milhões nos últimos quatro anos. A tecnologia utilizada no Brasil, que é de baixo custo, já foi exportada para diversos países. 

De acordo com Cesar Victora, um dos coordenadores da pesquisa e professor da Universidade Federal de Pelotas (RS), as políticas adotadas pelo País nos últimos 30 anos foram determinantes para esse resultado. Entre as medidas estão a adoção da licença-maternidade, o trabalho desenvolvido por funcionários do setor de saúde na promoção do aleitamento nas unidades da rede básica e o comprometimento da mídia. 

“Por tudo isso, o Brasil hoje é considerado um dos maiores sucessos mundiais na promoção do aleitamento e as taxas de amamentação hoje são maiores do que a grande maioria de outros países do mundo”, disse. 

Para o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, o povo brasileiro adotou a campanha de doação desde o início e isso gerou reflexos positivos ao longo dos anos. 

“Esse não é um esforço de um governo, ou de um ente do Ministério da Saúde ou de uma secretaria, mas é um esforço de todos. É uma política de Estado que foi abraçada pelo Brasil, que vem desde 1981 fazendo grandes esforços no sentido de fortalecer o aleitamento materno e o que ele significa para a saúde da criança, da mãe, e o que significa para o vínculo da mãe com o seu bebê”, ressaltou. 

Amamentação

gleisi18420962385 1d8fa66ff2 nGleisi destaca que, em Curitiba, vereadores aprovaram projeto que prevê multa a quem proibir ou constranger as mães durante amamentação

Além da maior quantidade de doadoras de leite, o Brasil também teve posição de destaque na questão da amamentação. Segundo o estudo, as brasileiras amamentam mais que britânicas, americanas e chinesas. Os números apontam que, no Brasil, a taxa de amamentação exclusiva (sem a inclusão de outros alimentos) para crianças até os seis meses é o dobro do verificado na China, no Reino Unido e nos Estados Unidos. O Brasil também fica na frente nas taxas de amamentação até um ano de idade. 

A amamentação tem um destaque tão grande no Brasil que vários movimentos em prol do aleitamento conseguiram aprovar leis assegurando o direito de as mães oferecerem o seio a seus filhos onde for necessário. Engajada na causa, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), lembra que, em Curitiba, os vereadores aprovaram em dois turnos um projeto de lei que prevê multa ao estabelecimento que proibir ou constranger as mães durante a amamentação do filho. 

As autoridades da saúde destacam que as crianças que mamam crescem e desenvolvem  intelectualmente melhor, acarretando em melhor desempenho escolar. Com o leite humano, o bebê fica protegido de infecções, diarreias e alergias e diminui riscos das crianças desenvolver doenças como hipertensão e obesidade. 

 

Com informações do Ministério da Saúde, da assessoria de imprensa da senadora Gleisi Hoffmann e da Câmara Municipal de Curitiba

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