O Brasil é tetracampeão em felicidade no ranking de uma pesquisa feita pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) em parceria com a consultoria Gallup, na qual a Síria aparece em último lugar.
Feita com cerca de 200 mil pessoas em 158 países, a pesquisa realizada em 2011 buscou saber a expectativa de felicidade das pessoas nos próximos cinco anos e também no presente. O Brasil vence nos dois.
Depois do Brasil, no quesito países mais felizes aparecem Panamá, Costa Rica, Colômbia, Qatar, Suíça e Dinamarca.
Segundo Marcelo Neri, economista da FGV, o termômetro da satisfação das pessoas com as suas vidas é um instrumento útil para a formulação de políticas públicas.
Um novo estudo, no mesmo estilo, agora sobre educação, está sendo preparado e será divulgado dentro de três meses. O documento vai medir a expectativa das pessoas com a própria educação de cada país.
“Gestores de políticas públicas e pesquisadores têm uma visão muito própria, é preciso ouvir as pessoas, saber por elas próprias o que estão esperando do futuro”, disse Neri.
RENDA E FELICIDADE
Entre os brasileiros, a pesquisa constatou também que as mulheres são mais felizes que os homens, o que Neri atribui ao maior nível de educação conquistado pelas mulheres nos últimos anos.
De acordo com Neri, a educação traz felicidade porque se traduz em renda e, consequentemente, em uma vida melhor.
Numa escala de 1 a 10, as mulheres brasileiras tiveram uma média de felicidade de 8,98, contra 8,56 dos homens na expectativa de futuro, e de 6,73 contra 6,54 no presente.
Neri mostrou que a partir de 1999 a média de educação entre as mulheres superou a dos homens, hoje em uma relação de 7,37 (mulheres) e 7,16 (homens), e a renda por outras vias que não o trabalho (bolsa família, aposentadoria) teve um incremento muito maior na ala feminina.
Entre 2001 e 2009, a renda obtida fora do trabalho cresceu 21% entre os homens, enquanto as mulheres tiveram incremento de 47%.
A renda salarial das mulheres porém continua 42% abaixo dos homens, uma diferença que já foi bem maior anos atrás.
No auge da diferença, em 1995, o salário médio do homem era de R$ 631,32, três vezes o da mulher, de R$ 216,42. Em 2009, essa diferença caiu para R$ 658,65 (homens) contra R$ 312,71 (mulheres).
Outra constatação da pesquisa é de que as mulheres solteiras são mais felizes que as casadas no mundo inteiro, mas o índice cai à medida que a mulher envelhece.
As que têm filhos menores de 15 anos também são mais felizes do que as que não têm filhos, indicou a pesquisa.
Folha.com