Foto: Ricardo Stuckert
Finalmente, o amor vence o ódio e a apologia às armas. E abre caminho para o Brasil se reconciliar. A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, 77 anos, neste domingo, 30 de outubro de 2022, representa a vitória da democracia num país calejado de perdas de toda ordem nos últimos anos.
Principalmente civilizacionais, refletidas no desprezo à vida, ao meio ambiente, à cultura, às minorias, aos desassistidos, ao bom senso, à verdade.
O alívio da maioria absoluta dos brasileiros chegou às 19h55, quando 98,9% das urnas estavam apuradas. Não havia mais tempo para quem apostava na manutenção do país nas trevas. A comemoração veio no mesmo instante, pela declaração do líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA).
“Em nome da bancada do PT no Senado, parabenizo o presidente eleito do país, Luiz Inácio Lula da Silva. Que seu terceiro mandato, certamente pautado pela obediência irrestrita à democracia, retome a paz entre as instituições, recupere a economia, valorize a cultura, recupere a política de respeito aos direitos humanos, retome a fiscalização ambiental, respeite o protagonismo da mulher e garanta comida na mesa de todos e todas. Por uma era de paz e prosperidade ao povo brasileiro” – desejou Paulo Rocha.
A abstenção, um dos pontos de disputa no 2° turno, ficou na mesma casa dos 20% verificada no 1° turno. Mesmo com margem apertada, a Coligação Brasil da Esperança, que tem Geraldo Alckmin (PSB) como vice-presidente, recebeu mais de 60 milhões de votos. É um recorde em eleições presidenciais desde a redemocratização.
Antes, o próprio Lula havia alcançado 57 milhões no primeiro turno da eleição deste ano. O atual ocupante do Planalto, que se despede da cadeira presidencial no final do ano, ficou mais de 2 milhões de votos atrás, concluída a contagem.
Para carimbar sua terceira passagem pelo Planalto, Lula venceu não apenas um processo injusto e ilegal que o levou a ficar 580 dias preso exatamente para não concorrer ao cargo em 2018.
Passado esse tormento, foi preciso enfrentar e superar, na campanha de 2022, o uso da máquina pública como nunca antes, com orçamento secreto, aparelhamento de órgãos de Estado e a metralhadora de fake news que marca a forma de atuar do adversário. Para o líder da Minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), o país saiu vitorioso sobre essa estrutura de usurpação.
“O momento é de celebrar a oportunidade de uma vez mais contribuir para melhorar o país. Foi uma eleição muito dura, contra um adversário que jogou muito sujo. A esperança do Brasil com Lula falou mais alto. Agora vamos em frente, reformatar e reunificar o Brasil!” – conclamou o senador.
O uso recorde da máquina pública para tentar reeleger um presidente foi também ressaltado pela recém-eleita senadora Teresa Leitão (PT-PE): “essa eleição foi histórica em todos os aspectos, mas sobretudo porque foi uma vitória da democracia. Vencemos o ódio e a violência com amor e paz; dobramos o uso da máquina com militância e fé. Vamos reconstruir o Brasil!”
A tarefa de reerguer o país foi acentuada, igualmente, pela senadora Zenaide Maia (Pros-RN). Para ela, os grandes desafios serão o combate à fome e à desigualdade, a retomada dos investimentos em educação, saúde, segurança, assistência social e outras áreas desprezadas pelo atual governo, assim como a preservação da Amazônia e dos demais biomas do país.
“Nossas forças se renovam neste momento histórico para o Brasil e para o Mundo! Precisamos reconstruir esse país e Lula pode contar conosco nessa missão! Não será fácil, mas pelo menos agora nós voltaremos a ter um líder democrático e experiente” – afirmou Zenaide Maia.
Já Fabiano Contarato (PT-ES) destacou o simbolismo da vitória de Lula na luta contra a barbárie: “vencemos o ódio, o negacionismo, o obscurantismo, a extrema-direita que aterrorizou nosso país! A população brasileira elegeu Lula de forma democrática nas urnas para comandar nosso país! Agora, vamos trabalhar para garantir ao nosso povo o emprego, a comida no prato, a saúde, as oportunidades de estudo, a esperança e o respeito”.
E Humberto Costa (PT-PE) coordenador da Campanha Lula no Nordeste, região decisiva na conquista presidencial, enalteceu a decisão soberana e democrática de brasileiras e brasileiros.
“O Brasil fez uma escolha por um novo caminho, pelo seu renascimento, disse não, definitivamente, ao ódio, à política de morte que nos asfixiou por quatro anos. Agora, na paz e com todos os cidadãos unidos, irmanados, nós vamos reconstruir nosso país e devolvê-lo às mãos de todos os brasileiros.”
