Brasil intensifica ações para redução da hanseníase

País fortalece as ações no combate à hanseníase como problema de saúde pública. O Ministério da Saúde lançou o “Plano Integrado de Ações Estratégicas para Enfrentamento das Doenças em Eliminação” com foco em 796 municípios prioritários para eliminação da Hanseníase, Tracoma, Geohelmintíases e Esquistossomose (ver quadro). O governo federal disponibilizará, ao todo, R$ 45,7 milhões para essas localidades que são consideradas endêmicas e estão inseridas nos programas do Governo Federal, como o Brasil Sem Miséria, que prevê a redução da pobreza extrema e beneficia 16,2 milhões de brasileiros. Já foram repassados recursos da ordem de R$ 25,9 milhões.

Embora o Brasil registre quedas contínuas de casos novos de hanseníase, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste são consideradas mais endêmicas, com áreas de importante manutenção da transmissão. “Estamos obtendo um avanço sustentado no combate à hanseníase. Queremos ampliar esse esforço para obter a eliminação da doença como problema de saúde pública no país”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. O SUS trabalha ainda para reduzir em 26,9% o coeficiente de detecção de casos novos em menores de 15 anos, aumentar o percentual de cura (90% dos casos novos) e examinar 80% dos contatos intradomiciliares dos casos novos de hanseníase.

No período de dez anos, de 2000 a 2010, a incidência de novos casos de hanseníase caiu 35,1%. O Brasil mantém a queda na incidência da hanseníase no país. Entre 2010 e 2011, o coeficiente de detecção de casos novos caiu 15%. Os dados mostram que, em 2011, houve 33.955 casos novos detectados, um coeficiente de 17,6 casos novos por 100 mil habitantes. É importante ressaltar, que do total de casos novos, 2.420 foram diagnosticados em menores de 15 anos de idade. Em 2010, o coeficiente de detecção geral foi de 18,22 por 100 mil habitantes, correspondendo a 34.894 casos novos da doença no país.

O Plano Integrado de Ações Estratégicas de Eliminação da Hanseníase, Filariose, Esquistossomose e Oncocercose como Problema de Saúde Pública, Tracoma como Causa de Cegueira e Controle das Geohelmintíases tem como principal objetivo o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas integradas para a eliminação como problema de saúde pública ou redução das doenças em eliminação. O plano apresenta estratégias relacionadas à detecção precoce e ao tratamento oportuno de casos, definindo as metas e prioridades até 2015.

A coordenadora de Hanseníase e Doenças em Eliminação da SVS, Rosa Castália Ribeiro Soares, ressaltou a importância da publicação para a eliminação dessas doenças. “Esse Plano inicialmente dá visibilidade a este grupo de doenças e quando implantado pelos municípios poderá contribuir significativamente para a redução da extrema pobreza no país. O fato de ser um trabalho integrado com os estados e municípios nos auxiliará a potencializar as ações. Esperamos conseguir atingir, ainda, as metas contidas na Resolução 19 da Organização Pan-Americana da Saúde, que dispõe sobre a eliminação dessas doenças na Região da América Latina e Caribe”, reforçou a coordenadora.

HANSENÍASE – É uma doença infecciosa e atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo e varia de dois a cinco anos. É importante que, ao perceber algum sinal, a pessoa com suspeita de hanseníase não se automedique e procure imediatamente um serviço de saúde mais próximo.

É preciso observar manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo e áreas da pele que não coçam; mas, que causam a sensação de formigamento e ficam dormentes, com diminuição ou ausência de dor, da sensibilidade ao calor, ao frio e ao toque.

TRATAMENTO – Todos os casos de hanseníase têm tratamento e cura. A doença pode causar incapacidades físicas, evitadas com o diagnóstico precoce e o tratamento imediato, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento, gratuito e eficaz pode durar de seis a doze meses.

Os medicamentos devem ser tomados todos os dias em casa e uma vez por mês no serviço de saúde. Também fazem parte do tratamento exercícios para prevenir as incapacidades físicas, além de orientações da equipe de saúde.

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