Desde 2008, o Brasil é o principal consumidor de agrotóxicos do planeta, representando 20% do total mundial, e o impacto desse uso vai além da produção de alimentos agrícolas em larga escala, que não significa melhoria na oferta de alimentos para os brasileiros, pelo contrário, a prática do uso de agrotóxicos é responsável por um número alto de mortes todos os anos.
O governo brasileiro concede redução de 60% do ICMS (imposto relativo à circulação de mercadorias), isenção total do PIS/COFINS (contribuições para a Seguridade Social) e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) à produção e comércio dos pesticidas, segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), João Eloi Olenike.
Enquanto países membros da União Europeia toleram até 0,1 micrograma de glifosato por litro de água, o Brasil permite até 500 microgramas por litro. Além disso, o país apresenta casos numerosos de intoxicação por agrotóxicos. Dados do Ministério da Saúde revelam que, de 2007 a 2014, tivemos 1.186 casos de morte por este motivo, ou seja, 148 por ano, resultando em uma morte a cada dois dias e meio.