Brasil mudou concepção de desenvolvimento ao promover inclusão social

Segundo a presidente, ao contrário do cenário internacional, Brasil vive a era de formalização do emprego

Durante a posse do ministro do Trabalho, Brizola Neto, a presidenta Dilma Rousseff comemorou a era de formalização do emprego no País e afirmou que o Brasil mudou a forma de conceber o desenvolvimento ao promover a inclusão social. A partir do primeiro mandato do presidente Lula, em 2003, houve uma inflexão nos fundamentos e na própria forma de olhar o futuro, com ênfase na combinação de crescimento econômico e distribuição de renda.

“Nós mudamos a nossa forma de conceber o desenvolvimento e definimos um processo de inclusão social”, disse a presidenta. Ela destacou que, nesse processo, o governo sempre esteve atento à estabilidade macroeconômica, ao controle da inflação e dos gastos públicos. “Além disso, também buscamos, de forma incansável e sistemática, manter a robustez fiscal do País”.

A inclusão social — promovida nas gestões petistas por meio de políticas públicas sociais, por meio de  programas Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e o Luz para Todos — mudaram a vida real dos brasileiros que moram nas cidades e no campo. Programas como o Fies e Prouni fizeram também crescer o número de brasileiros com diploma de curso superior.

Uma pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela que, na última década, a desigualdade no Brasil chegou ao menor nível já registrado no País: a renda da metade mais pobre da população aumentou 5,5 vezes mais rápido que a da minoria mais rica. De acordo com o pesquisador Marcelo Neri, da FGV, a renda dos 50% mais pobres no Brasil cresceu 67,93% ao longo da última década (dezembro de 2000 a dezembro de 2010), enquanto a renda dos 10% mais ricos teve um incremento de 10,03%.

Dilma ressaltou ainda que o Brasil está na contramão da tendência de desemprego e precarização da legislação trabalhista vivida pelos países desenvolvidos por causa da crise econômica, tanto é que países da Zona do Euro o desemprego já atinge 19,5 milhões de pessoas; enquanto os trabalhadores brasileiros comemoravam o Primeiro de Maio, foram registrados protestos em diversos países desenvolvidos, porque ao contrário do Brasil tais países estão cortando benefícios sociais, o que não ocorre por aqui. “Não quero ser a presidenta que cuida apenas do desenvolvimento do País. Mas aquela que cuida em especial do desenvolvimento das pessoas”, disse ela em seu pronunciamento no dia 1º de maio.

Formalização
Segundo a presidenta, o Brasil é exemplo do acerto de escolher enfrentar a crise preservando benefícios sociais — enquanto os países que insistem nesse caminho não conseguem sair da crise. “Nós navegamos na contramão dessa tendência e desse quadro sombrio. O Brasil vive uma era de formalização do emprego e não de precarização. Ficou no passado aquela triste época, quando milhões de brasileiros precisavam fazer bico para sobreviver. Uma situação de mais emprego, mais trabalhadores protegidos e com bons salários é a situação que nós vivemos hoje e perseguimos sistematicamente”, disse Dilma para delírio da platéia que prestigiou a posse do neto de Leonel Brizola.

O bom cenário é confirmado pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) demonstrando que a geração de empregos com carteira assinada cresceu 20,6% em março deste ano em relação ao mesmo mês de 2011. No período, foram criados 111.746 postos de trabalho com vínculo formal.

No entanto, Dilma observou que existem três grandes desafios para solucionar: as elevadas taxas de juros, a carga tributária, e a excessiva valorização do Real. A presidenta reafirmou a necessidade de o Brasil ter taxas de juros compatíveis com as praticadas no mercado internacional. No mês passado, no bojo de uma política formulada pelo governo federal, os bancos públicos deram início à redução das taxas cobradas nas operações de crédito, num movimento que vem forçando os concorrentes privados a caminharem na mesma direção.

Posse
Em seu discurso de posse, o novo ministro do Trabalho, Brizola Neto, afirmou que o desenvolvimento sem justiça social é uma impossibilidade. “Não temos apenas um ciclo de progresso econômico, mas experimentamos um avanço social que incorporou mais de 40 milhões de brasileiros à vida moderna, onde a conquista do consumo e de níveis básicos de conforto e, sobretudo, do desejo de continuar progredindo, faz com que o País viva um  momento muito especial”.

Brizola Neto afirmou ainda que a Pasta do Trabalho precisa ser ágil para estar à altura dos desafios do País, tanto no aspecto relacionado ao avanço tecnológico quanto o crescimento econômico nacional. “É preciso que [o Ministério] seja ágil, transparente, inovador. Precisa fazer parte da discussão e da implementação de políticas sociais”.

O ministro fez questão de destacar seu avô, o ex-governador do Rio Grande do Sul e do Ri de Janeiro, Leonel Brizola, como influência fundamental de sua formação política. “O sobrenome que possuo integra uma linhagem de brasileiros ilustres, que se inicia com Getúlio Vargas, João Goulart e na figura saudosa de meu avó, Leonel Brizola. Esse sobrenome indissoluvelmente ligado a essa trajetória histórica que agora se redesenha em Luiz Inácio Lula da Silva e a com a presidenta Dilma Rousseff”, afirmou.

Com informações do Blog do Planalto

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