A taxa de juros do cartão de crédito no Brasil supera a de todos os países da América Latina, segundo estudo divulgado pela Proteste – Associação de Consumidores, nesta terça-feira (17/07), apesar das recentes reduções da Selic (taxa básica de juros), que na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) chegou a 8%.
A pesquisa também mostra que os juros do cartão andaram na contramão da Selic em 2012. Apesar da queda da taxa básica, os juros cobrados nessa modalidade de crédito subiram de 237,9% em janeiro para 323,14% em junho.
Na Argentina, que tem uma taxa básica de juros de 11,15% – superior aos 8% do Brasil – é de 50%. Já no Peru, que tem a segunda maior taxa de juros do cartão, a taxa anual é de 55%. “Os juros cobrados nas modalidades do crédito rotativo são uma das causas do crescente endividamento dos brasileiros”, alerta a Proteste. Para 14% dos endividados, débito passa de 5 vezes a renda mensal e 41% dos brasileiros inadimplentes fizeram a compras usando o cartão.
Para chegar ao cálculo da taxa anual de 323,14%, foi realizado um levantamento em junho deste ano, com base nos valores cobrados pelos cartões dos seguintes bancos e financeiras: Itaú, Bradesco, Santander, HSBC, Banco IBI, Banrisul, Caixa Econômica Federal, Citibank, Losango, Panamericano, Banco do Brasil, Banco BMG e BV Financeira. A media entre as taxas mensais cobradas por essas instituições é de 12,77%.
O estudo também revelou a Colômbia tem a menor taxa anual de juros dos cartões de crédito da América Latina, de 29,23%. Na sequência, aparecem a Venezuela e o México, com taxas anuais de 33,0% e 33,8%, respectivamente.
Com informações das agências online