A redução das diferenças entre homens e mulheres conquistadas pelo Brasil, no último ano, lhe renderam mais 20 posições em levantamento internacional realizado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF , na sigla em inglês), divulgado nessa terça-feira (23/10). O País saiu da 82ª para a 62ª posição entre 135 países pesquisados (93% da população mundial), com base no grau de equilíbrio social entre gêneros. De acordo com os pesquisadores as posições conquistadas, em relação ao levantamento de 2011, se devem à melhoria de acesso à escola e à saúde.
Hoje, o País está em primeiro lugar no ranking no que se refere ao acesso à escola para meninas – uma realidade vista em apenas 20 países. No ensino fundamental, para cada 95 meninas há 94 meninos. No ensino médio, a diferença cresce: são 85 garotas para cada 78 garotos. Em termos de acesso à saúde, o Brasil também aparece na liderança, com uma taxa de expectativa de vida saudável para a mulher superior a do homem. Apenas 15 países vivenciam isso.
Aonde é preciso avançar mais
O Brasil não conseguiu uma colocação melhor, porque, embora tenha recebido a pontuação máxima nos itens relativos à educação e saúde, teve uma avaliação ruim em relação a outros dois critérios considerados no estudo: participação econômica (no qual está em 73º entre os países avaliados) e participação política (na 72ª posição).
A situação econômica da mulher brasileira é considerado o ponto mais preocupante, já que, em média, a renda de um homem brasileiro é de US$ 14,6 mil por ano e de uma mulher, US$ 8,8 mil. Além disso, a taxa de desemprego entre as mulheres é de 11%, contra 6% entre os homens. E apenas 0,5% das terras no Brasil estão em nome de mulheres.
Sobre participação política, o fato de haver uma mulher na Presidência da República, Dilma Rousseff, contou positivamente para a posição do Brasil no ranking, que também destacou a “porcentagem de mulheres em posições ministeriais [de 7% a 27%]”. Dessa forma, a má colocação do País nesse quesito precisa considerar os avanços conseguidos por outras nações.
Segundo o WEF, no último ano 61% dos países pesquisados registraram uma diminuição da desigualdade entre os gêneros e 39% tiveram aumento. Entre 2006 e 2012, no entanto, a porcentagem de países com redução da desigualdade salta para 88%.
Nas eleições deste ano, 12% dos candidatos eleitos para ocuparem prefeituras a partir de 2013 são mulheres, 67 filiadas ao Partido dos Trabalhadores. A atual legislação eleitoral estabelece cota mínima de 30% de candidatas mulheres.
Melhores colocados
A lista é liderada pela Islândia pelo quarto ano consecutivo, seguida pela Finlândia, Noruega, Suécia e Irlanda. No entanto, a Nicarágua é o país que registrou o maior avanço na eliminação da desigualdade entre os gêneros nos últimos seis anos, pulando do 62º posto em 2006 (entre 115 países pesquisados naquele ano) para a 9ª posição neste ano, com uma melhora de 17,3% na pontuação geral. A Bolívia é o segundo país com o maior avanço, com uma melhora de 14% na pontuação, passando da 87ª para a 30ª posição no ranking.
Para o Fórum, é de interesse até econômico que países como o Brasil tenham uma situação mais favorável às mulheres. “Elas representam metade do capital humano mundial. Dar poder e educar garotas e mulheres e alavancar seu talento e liderança na economia global, na política e na sociedade são elementos fundamentais para ter sucesso e prosperar num mundo cada vez mais competitivo”, diz o fundador do Fórum, Klaus Schwab.
Confira a posição de alguns países na lista:
1. Islândia
2. Finlândia
3. Noruega
4. Suécia
5. Irlanda
13. Alemanha
18. Grã-Bretanha
22. Estados Unidos
25. Austrália
26. Espanha
32. Argentina
47. Portugal
48. Venezuela
57. França
59. Rússia
62. Brasil
69. China
76. Uruguai
80. Itália
83. Paraguai
84. México
87. Chile
101. Japão
105. Índia
108. Coreia do Sul
Com informações de agências de notícias
Foto home: Raquel CamargoSMABC
Foto interna: Agência Brasil
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