O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou nesta segunda-feira (17/09), que a economia se encontra em processo de reaquecimento, retomando um crescimento anualizado entre 4% e 5% já no segundo semestre. A declaração foi dada durante sua participação no 9º Fórum de Economia, organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo.
Barbosa também reforçou o compromisso do Governo em trazer a inflação para o centro da meta até o fim de 2013, mantendo a taxa real de juros em níveis baixos. “Não há nenhuma contradição em crescer em 4,5% no ano que vem e ter a redução da inflação para 4,5%”, disse ele. Diante desta projeção, de acordo com Barbosa, “não será preciso subir os juros [da taxa básica de juros, a Selic, utilizada como instrumento para conter a inflação] em 2013”. Segundo ele, “nós construímos as condições para isso”.
Ao citar previsão de analistas do mercado, que projetam crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1% no terceiro trimestre sobre o segundo, Barbosa garantiu que o crescimento será mais forte. “Será uma recuperação normal, e também fruto de medidas que o governo tomou no fim do ano passado e mais fortemente no início desse ano”, afirmou.
Na avaliação de Nelson Barbosa, o País passa por uma “interrupção temporária” no processo de convergência do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para a meta, causado pelo choque no preço de grãos resultante da seca nos Estados Unidos.
Câmbio
Ele também afirmou que o governo continuará tomando medidas para evitar a apreciação excessiva do real. “Tomaremos todas medidas necessárias para evitar apreciação do câmbio”, reforçou. Segundo secretário executivo do Ministério da Fazenda, a elevada injeção de liquidez promovida pelos bancos centrais para fazer frente à crise, bem como as taxas de juros reais negativas praticadas na economia global, tem o efeito indireto de valorizar nossa moeda, o que não é desejável.
O secretário-executivo da Fazenda acrescentou que o Governo está tomando outras medidas importantes para aumentar a competitividade da indústria, tais como a redução nas contas de energia do país. Segundo ele, há mais iniciativas em análise para esse propósito, como a reforma tributária.
Juros
Em sua apresentação, Barbosa garantiu que o Governo trabalha para criar condições para que os juros não subam no país. Atualmente, a taxa Selic se encontra no patamar de 7,5% ao ano. No 1º semestre deste ano, o Governo deu início a uma estratégia para reduzir os juros, não só promovendo consecutivas quedas na taxa básica, mas também levando os bancos públicos a diminuir os juros cobrados do consumidor e promovendo redução do spreed bancário – diferença entre juros pagos pelos bancos e cobrados do cidadão. “Acho que não será preciso que a taxa de juros suba ao longo de 2013”.
Barbosa colocou a redução da taxa de juros, as desonerações da folha de pagamentos e a redução do custo de energia no País tanto para famílias como para indústria numa “cesta” que já começou a ajudar, neste segundo semestre, a atividade no país a acelerar. Segundo o secretário executivo, o crescimento entre 1% e 1,3%, em média, nos terceiro e quarto trimestres deste ano, já refletem parte do efeito dessas medidas.
Com agências onlines