47% das localizadas em áreas urbanas são ruins ou péssimas.Resultado nas regiões metropolitanas se deve ao baixo índice de coleta e tratamentos de esgotos
O “Panorama da Qualidade das Águas Superficiais –
Em relação à análise de tendência dos valores de IQA no período entre 2001 e 2010, dos 658 pontos com série histórica, 47 revelaram tendência de melhora da qualidade da água, inclusive em rios de grande densidade urbana, como o Tietê na cidade de São Paulo e o rio das Velhas
Os órgãos gestores estaduais de recursos hídricos apontaram como principal causa provável pela melhora, investimentos em ampliações do sistema de coleta de esgotos; de Estações de Tratamento de Esgotos (ETE), ou o aumento de sua eficiência.
Por outro lado, 45 pontos daqueles que apresentaram série histórica revelaram tendência de piora do IQA, sendo que a maioria também se localiza na RH do Paraná, com destaque para a bacia do Tietê (oito pontos); Ivinhema (sete) e Grande (seis). Na RH do São Francisco foram identificados 15 pontos com tendência de piora, com destaque para a bacia do Rio Pará (cinco).
Entre as principais razões apontadas pelos órgãos gestores para a piora do IQA estão o crescimento populacional não acompanhado por investimentos em saneamento, fontes industriais e atividades agropecuárias e de mineração.
O Panorama da Qualidade das Águas Superficiais do Brasil – 2012 mostra que a retomada dos investimentos em saneamento ocorrida nos últimos anos já apresenta alguns resultados, como a melhoria de alguns rios citados anteriormente.
A melhoria da qualidade das águas superficiais brasileiras ao longo das próximas décadas dependerá de um esforço conjunto de vários setores da sociedade e demandará recursos significativos. Levantamento do Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água (ANA) indica que são necessários investimentos de R$ 47, 8 bilhões (em valores de 2010) em redes coletoras e ETE em 52% dos municípios brasileiros, com vistas à proteção de mananciais superficiais utilizados como fonte de captação para abastecimento urbano.
Entre 2001 e 2010, foram destinados recursos para programas de saneamento e despoluição de recursos hídricos da União, de organismos internacionais e do setor privado, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa Despoluição e Bacias Hidrográficas (Pordes), o Projeto Tietê, o Programa de Revitalização do Rio das Velhas, o Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baia de Guanabara e o Programa para o Desenvolvimento Racional, Recuperação e Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Guaíba (Pró-Guaíba), que totalizam cerca de $ 52 bilhões, sendo 76% provenientes do PAC.
Vários planos setoriais têm impacto sobre a qualidade das águas, como os de saneamento, de recursos hídricos e os diretores municipais. A articulação entre estes planos é essencial para reduzir a fragmentação de políticas públicas. Outro desafio é melhorar o monitoramento da qualidade das águas superficiais do País. Para isso, a ANA vem desenvolvendo com os estados o Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas, que tem como objetivo apoiar os estados no monitoramento e avaliação da qualidade da água, assim como na divulgação das informações para toda a sociedade.
*Dados se referem ao percentual de domicílios com acesso à rede de esgotos e percentual de esgoto tratado em relação ao esgoto gerado, segundo IBGE (228)
A íntegra do Panorama da Qualidade das Águas 2012 está disponível.
Agência Nacional de Águas (ANA)
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)