Brasil tem condições de ser potência no mercado mundial de pescado

Com uma respeitável costa marítima e um dos países que concentra a maior reserva de água doce do mundo, o Brasil reúne condições favoráveis e estratégicas para ocupar um lugar de destaque no mercado internacional de pescado, a proteína animal mais consumida no planeta. “Os grandes produtores mundiais já notam queda na produção de diversas espécies e isso é positivo para o desenvolvimento da indústria de pescado e dos projetos desenvolvidos pelas prefeituras, por meio das cooperativas locais”, disse Marcelo Crivella, ministro da Pesca, ao participar ontem do Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas. O Governo Federal tem disponíveis R$ 4,1 bilhões para os projetos.

 

A produção mundial de pescado, segundo Crivella, corresponde a 148 milhões de toneladas por ano e o movimento financeiro da atividade corresponde a US$ 217 bilhões. Esse valor supera a soma de toda a movimentação verificada com outros tipos de carne. Os mercados dos

  O Governo Federal tem disponíveis
  R$ 4,1 bilhões para os projetos

continentes europeu e asiático, por exemplo, são tradicionalmente grandes consumidores de pescado. E o Brasil, no contexto do continente americano, produz bastante, mas o consumo anual é muito baixo. Assim, o potencial de crescimento também existe para o mercado interno.

 

Num auditório lotado, os prefeitos ouviram atentos que o trabalho do Ministério da Pesca é estruturar a cadeia produtiva apoiando os projetos que vão garantir aos pescadores agregar valor à sua produção. Por isso, o Governo Federal financia a renovação da frota pesqueira, auxilia os pescadores a receber um subsídio do preço do óleo diesel para os barcos e incentiva a construção de terminais pesqueiros ou centros de pesca artesanais.

 

Outras ações citadas por Crivella é a construção de mercados municipais do peixe, onde os prefeitos podem solicitar caminhões frigoríficos para a comercialização direta do pescado, para o transporte e unidades odontológicas para atendimento dos trabalhadores e cooperados.

 

Entre os convênios disponíveis, o Ministério da Pesca oferece a instalação de fábrica de ração, laboratório para produção de alevinos, assistência técnica, tanques-redes, fornecimento de escavadeira para abertura de tanques escavados, hora-máquina para a abertura de tanques e fornecimento de equipamentos para a produção de biodiesel a partir das vísceras dos peixes e, principalmente, fábricas de gelo.

 

Marcelo Crivella disse que os principais objetivos na parceria com os prefeitos e prefeitas é incorporar cada vez mais a agricultura familiar na produção de pescado, aumentar a produção anual para 2 milhões de toneladas até 2014, beneficiar 330 mil famílias e resgatar da linha da pobreza 100 mil famílias. O ministério também participa do Programa Minha Casa Minha Vida substituindo por casas de alvenarias as inúmeras palhoças que ainda hoje servem de moradia para as famílias de pescadores. A prefeitura doa o terreno e o Governo Federal constrói as casas. “De preferência recomendamos que as casas estejam próximas à atividade, já que nossa orientação é para que nessas localidades também sejam construídos os terminais de abastecimento e processamento de pescados”, explicou o ministro. Ele também comentou um estudo da Embrapa que mostra o potencial desse segmento: um bom pecuarista por produzir uma tonelada de carne bovina por hectare a cada ano. No mesmo tempo e espaço, é possível produzir 12 toneladas de pescado em um tanque escavado ou 100 toneladas em tanques-redes.

 

Marcello Antunes

 

Confira a apresentação do ministro da Pesca, Marcelo Crivella

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