O Brasil alcançou, em julho, a marca de 43,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada, recorde na série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), iniciada pelo Ministério do Trabalho em janeiro de 2002. Do total de postos de trabalho, 142.702 foram criados no mês passado, e, no acumulado do ano, 1,16 milhão, nos cinco grupamentos econômicos avaliados.
“Alcançamos o maior número de trabalhadores com carteira assinada da história. Segundo o Ministério do Trabalho, o Brasil possui 43,6 milhões de pessoas com carteira assinada, com aumento de 1,16 milhão no acumulado do ano. Nosso maior objetivo é gerar empregos, para que o pai e a mãe de família possam ter seu sustento e dignidade garantidos”, destacou o presidente Lula, nas redes sociais.
Esse novo resultado positivo da economia foi divulgado pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante entrevista coletiva, na quarta-feira (30). Segundo ele, o saldo positivo de julho foi puxado pelos setores de serviços, que gerou 56.303 postos (39% do saldo), e comércio, com 26.744 postos (19% do saldo). Marinho também detalhou que o número recorde de 43,6 milhões empregos formais leva em conta tanto o período do Caged (junho de 2002 a 2019) quanto do Novo Caged (a partir de 2020).
Conforme os dados do ministério, o salário médio real de admissão em julho foi de R$ 2.032,56, aumento de R$ 19,33 em comparação com o valor de junho, que foi de R$ 2013,23.
Saldo positivo
No mês de julho, todos os grandes grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos. O de 56.303 postos formais de trabalho no setor de serviços foi maior nas áreas de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (27.218 postos), alojamento e alimentação (9.432 postos) e transporte, armazenagem e correio (8.904 empregos) no mês.
No Comércio, o destaque foi o setor varejista de produtos farmacêuticos (+3.554) e mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – supermercados (+2.419) e minimercados (+1.704). A Construção Civil teve saldo positivo de 25.423 postos, e a Indústria, de +21.254 postos no mês.
Em termos geográficos, apenas no Rio Grande do Sul (-2.129) houve queda do emprego formal em julho, o que ficou positivo nas outras 26 unidades da federação. Os maiores saldos foram em São Paulo (+43.331), Rio de Janeiro (+12.710) e Minas Gerais (+12.353).
Entre os grupos populacionais, houve crescimento de 43.947 postos para mulheres e 98.755 para os homens. No que se refere à População com Deficiência, identificou-se saldo positivo de 452 postos de trabalho. O emprego em julho foi positivo para pardos (+75.918), brancos (+15.919), pretos (+13.035), amarelos (+720) e indígenas (+311).
Durante a coletiva de imprensa, o ministro Luiz Marinho reafirmou a projeção do governo de que 2023 registre um total de 2 milhões de empregos criados. Entretanto, ele observou que os juros altos praticados pelo Banco Central são obstáculos importantes.
“Em compensação, a retomada pelo governo de obras paradas, e os anúncios do PAC e do Minha Casa, Minha Vida apontam para um cenário positivo”, afirmou o ministro. “Esperamos, como costumeiramente acontece, números mais positivos no decorrer desses meses agora no meio do ano”.
Queda do desemprego
A taxa de desocupação no Brasil foi de 7,9% no trimestre encerrado em julho de 2023, com recuo de 0,6 ponto percentual (p.p) em relação ao trimestre anterior, de fevereiro a abril deste ano. É a menor taxa para um trimestre encerrado em julho desde 2014, quando foi de 7,0%. Já em comparação com o mesmo período de 2022, a taxa de desocupação caiu 1,2 p.p. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira (31), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Esse recuo no trimestre encerrado em julho ocorreu principalmente pela expansão do número de pessoas trabalhando”, explicou Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílio. Já a população desocupada ficou em 8,5 milhões de pessoas, uma queda de 6,3% em relação ao trimestre anterior e de -3,8% se comparado ao mesmo período de 2022.
Na comparação trimestral, o número de pessoas ocupadas voltou a crescer após dois trimestres em queda, chegando a 99,3 milhões, um aumento de 1,3% em relação ao período de fevereiro a abril, com 1,3 milhão de pessoas a mais.
Também na comparação trimestral, o aumento da ocupação foi puxado pelo grupamento de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (mais 593 mil pessoas), Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (mais 296 mil pessoas). Estes também foram os principais aumentos no panorama anual.
A pesquisa destaca ainda a alta em Serviços domésticos, que cresceu 3,1% no trimestre, representando um aumento de 178 mil pessoas.