Delegação brasileira terminou a competição em terceiro lugar no quadro de medalhas, com 41 medalhas de ouros, 40 pratas e 60 bronzesO Brasil encerrou sua participação nos Jogos Pan-Americanos de Toronto com o terceiro lugar no quadro de medalhas e cumprindo o objetivo de terminar a competição entre os top 3.
Na competição, a delegação nacional faturou 141 medalhas, coincidentemente o mesmo número da edição de 2011 dos Jogos, disputados em Guadalajara, no México, há quatro anos. Naquela edição, foram 48 ouros, 35 pratas e 58 bronzes. Desta vez o Time Brasil voltou para casa com 41 ouros, 40 pratas e 60 bronzes.
Em primeiro lugar ficaram os Estados Unidos, com 265 medalhas (103 ouros, 81 pratas e 81 bronzes), seguidos do Canadá, com 217 (78 ouros, 69 pratas e 70 bronzes).
Para o diretor-executivo de Esportes do Comitê Olímpico do Brasil, Marcus Vinícius Freire, apesar da redução no número de ouros, o Brasil conseguiu no Canadá um feito importante: pela primeira vez em 48 anos o País termina com vantagem sobre Cuba e amplia o leque de modalidades no pódio. Os caribenhos deixam Toronto com a quarta melhor campanha da competição, com 97 medalhas (36 de ouro, 27 de prata e 34 de bronze). Em Guadalajara, Cuba foi o segundo colocado, com 136 pódios (58 ouros, 35 pratas e 43 bronzes).
“Ficamos à frente de Cuba com uma margem boa, e cada vez com mais modalidades envolvidas, mais caras novas. Então, o balanço geral é de que foi completamente dentro do planejado no nosso mapa estratégico, em conjunto com o Ministério do Esporte, confederações e com patrocinadores”, disse Freire.
O ministro do Esporte, George Hilton, considera que o resultado é também um espelho de uma política de investimentos que injetou mais de R$ 500 milhões desde 2010 nas modalidades que foram disputadas no Pan, entre recursos para atletas, compras de equipamentos, estruturação de centros de treinamento e contratação de profissionais.
“Independentemente de qualquer coisa, avalio a participação como extremamente positiva. Em primeiro lugar porque mais de 70% dos atletas que foram competir lá são bolsistas do Ministério do Esporte, ou seja, pagamos uma bolsa mensal para que eles treinem, financiamos viagens para treinamentos, inclusive fora do País. Em segundo lugar, porque muitas histórias de bolsistas são verdadeiras lições de vida. Temos o Davi Albino, bronze na luta greco-romana, que era flanelinha, perdeu a casa para o tráfico de drogas, e que graças ao Bolsa-Atleta mudou de vida. Hoje recebe a Bolsa Pódio, que tem os valores mais altos pagos por nós”, disse o ministro.
Preparação para Rio 2016
Marcus Vinícius Freire sustenta, também, que os Jogos no Canadá tiveram caráter diferenciado para o Brasil em relação a outras edições. “Daqui a um ano teremos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e, como serão em casa, não temos necessidade de classificação em todas as modalidades. Em função disso, trouxemos uma delegação mista, com alguns atletas com muita bagagem, como Robert Scheidt, Arthur Zanetti, Rodrigo Pessoa, mas tínhamos muita juventude, com 70% da delegação estreando em Jogos Pan-Americanos. Mais de 80% tinham entre 15 e 25 anos, ou seja, é uma delegação olhando para frente”, afirmou.
Na opinião do dirigente, o Pan foi um degrau importante para o Brasil chegar à meta de ficar entre os 10 melhores em 2016. Meta que passa, segundo Vinícius, por uma decisão de dar consistência aos investimentos.
“Nesse quadriênio tivemos um alinhamento importante dos investimentos: Ministério do Esporte, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério da Defesa e o COB sentaram juntos e botaram os recursos na mesma direção. Escolhemos algumas modalidades como foco, não deixamos nenhuma de lado, então todos os atletas estão tendo a melhor preparação possível, mas focados em algumas que têm mais chances de ganhar medalhas, que vão nos ajudar a chegar ao Top 10”, disse.
A presidenta Dilma Rousseff saudou a participação dos atletas e reforçou o empenho do governo federal em dar suporte as conquistas da delegação nacional. “Mais de 70% da delegação brasileira em Toronto é formada por bolsistas do Ministério do Esporte. Tenho certeza de que vamos colher ainda mais frutos nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, no ano que vem”, afirmou a presidenta.
Em 2015, o Pan revelou:
Isaquias e o Segundo Tempo
Nascido em Ubaitaba, na Bahia, e revelado pelo Projeto Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, Isaquias Queiroz voltou de Toronto com duas medalhas de ouro e uma prata na canoagem, com direito a tempos que lhe dariam o pódio nas Olimpíadas de Londres, em 2012.
Albino e a Bolsa-Atleta
Ex-menino de rua que diz ter encontrado na luta olímpica um caminho e na Bolsa-Atleta um aliado, Davi Albino foi bronze na categoria 98kg da luta greco-romana. “Quando passei a receber a Bolsa-Atleta, não tinha nada, e foi quando parei de tomar conta de carro. Porque aí pensava: ‘Já tenho R$ 750 todo mês’. E pensava: ‘Se me esforçar e ganhar uma medalha lá fora, posso passar a ganhar R$ 1.850 de bolsa’. Fui passando de fase em fase”, afirmou Albino, que hoje recebe a Bolsa Pódio do governo federal. Leia a reportagem completa
Handebol caça-talentos
Ouro no masculino e no feminino no Pan, o Handebol brasileiro vive um período de conquistas, pautado em investimentos federais e gestão diferenciada. Segundo o técnico da Seleção Brasileira masculina, o espanhol Jordi Ribera, ações para buscar novos atletas em mais de 20 estados permitem aprimoramento técnico e ampliam as chances de renovação qualificada.
Sete de oito pódios no tênis de mesa
Com uma campanha histórica em Jogos Pan-Americanos, o tênis de mesa brasileiro esteve em todas as finais da competição, conquistou dois ouros, três pratas e ainda saiu de Toronto com dois bronzes. Retrato, segundo atletas e dirigentes, de uma era de investimentos em intercâmbios, em técnicos estrangeiros, em material de primeira linha e na consolidação de centros de treinamento.
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