Brasil vai produzir remédio para Parkinson; queda no custo será de 20%

Anvisa liberou o registro para que a Fundação produza o Pramipexol, remédio utilizado para o tratamento da doença

 

A partir de janeiro de 2013, portadores do mal de Parkinson terão medicamento com fabricação registrada pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou esta semana o registro para que a Fundação produza o Pramipexol, remédio utilizado para o tratamento da doença.

Por meio da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), o governo federal tem o objetivo de fortalecer a indústria farmoquímica brasileira. Com isso, desde novembro de 2011, o laboratório alemão Boehringer Ingelheim – detentor da patente do medicamento – assinou acordo com a Farmanguinhos para transferir a tecnologia para o desenvolvimento e fabricação do produto no País.

Segundo o vice-diretor de Gestão Institucional da Farmanguinhos, Jorge Mendonça, o acordo prevê um prazo máximo de cinco anos para a transmissão completa de tecnologia dentro da indústria nacional. Nos três primeiros anos, o remédio será comprado da indústria alemã, mas terá a marca da Farmanguinhos. Nos dois últimos anos do contrato, 50% da produção será adquirida e outros 50% serão produzidos na unidade.

De acordo com a Fiocruz, atualmente os medicamentos para o tratamento da doença são subsidiados pelo Ministério da Saúde por meio de repasse financeiro. No ano passado, foram investidos aproximadamente R$ 37 milhões aos estados para atender à demanda por Pramipexol.

Vantagens
Para Jorge Mendonça, além da nacionalização do medicamento, a iniciativa influencia na redução de despesas com a compra do medicamento. A partir de agora, a expectativa é que haja uma redução de no mínimo 20%, e, no final do processo, a redução seja em torno de 30%. “Nós pretendemos beneficiar a população em duas linhas: indiretamente, aumentando a capacidade tecnológica do País e absorvendo novas tecnologias de produção de medicamentos. A outra, é uma forma mais direta, garantindo o acesso da população a um produto de ponta, trazendo maior conforto, aderência e principalmente melhor qualidade de vida para as pessoas que sofrem de mal de Parkinson”, explicou Mendonça.

Mal de Parkinson
O mal de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central e um dos problemas neurológicos mais comuns da atualidade. De acordo com a Fiocruz, estima-se que existam de 100 a 200 casos para cada 100 mil habitantes. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 1% da população acima dos 65 anos de idade sofre com a doença, que geralmente surge a partir dos 50 anos de idade. No Brasil, a estimativa é que ao menos 200 mil pessoas possuam Parkinson.

O tratamento previne o avanço da doença, apesar de não ter cura, a degeneração dos neurônios é controlada pelos medicamentos utilizados.

Os principais sintomas da doença são: caligrafia menos legível ou com tamanho diminuído;  fala monótona e menos articulada; depressão ou isolamento sem motivo aparente; lapsos de memória, dificuldade de concentração e irritabilidade; um dos braços ou uma perna movimenta-se menos do que a do outro lado; a expressão facial perde a espontaneidade, diminui a freqüência dos piscamentos; os movimentos tornam-se mais vagarosos, a pessoa permanece por mais tempo em uma mesma posição.

 

Agencia Brasil

Ministério da Saúde

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