Nos últimos dez anos, o número de transplantes realizados no Brasil cresceu 63,8%O Brasil teve o melhor primeiro semestre da história no número de doadores efetivos de órgãos, tanto em números absolutos quanto na taxa por milhão de população (pmp). Os dados oficiais do Ministério da Saúde demonstram que entre janeiro a junho deste ano, 4.672 potenciais doadores foram notificados, resultando em 1.338 doadores efetivos de órgãos.
Essas doações possibilitaram a realização de 12,2 mil transplantes, fazendo com que crescessem os procedimentos de órgãos mais complexos como pulmão, coração e medula óssea. Nesse mesmo período, o Brasil alcançou a maior porcentagem de aceitação familiar, que foi de 58%, superando os demais países da América Latina.
No caso dos doadores efetivos, o Brasil atingiu o percentual de 14,2 doadores por milhão de população (pmp), superando a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2011, que segue os padrões internacionais.
O número configura a maior quantidade de doadores efetivos já registrados em apenas um ano no Brasil, com aumento de 43,4%, se comparado a 2010, quando o percentual foi de 9,9 por milhão de população. Em 2014, foram notificados 9.378 potenciais doadores em todo o País, que resultaram em 2.710 doadores efetivos de órgãos.
No primeiro semestre de 2015, houve crescimento de 50% no número de transplantes de pulmão, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Em 2014, foram realizados 28 transplantes de pulmão no primeiro semestre e, em 2015, 42.
Já em relação aos transplantes de coração, o aumento foi de 11% na comparação entre os primeiros semestres de 2014 (156) e de 2015 (173). Este é o melhor desempenho já registrado em um 1º semestre para transplantes de coração. A medula óssea teve crescimento de 4% na comparação do 1º semestre de 2015 (1.035) com o de 2014 (996).
Doação familiar
O Brasil é hoje o país com a maior taxa de aceitação familiar para doação de órgãos da América Latina. Em 2014, 58% das famílias brasileiras optaram por doar os órgãos dos seus familiares, enquanto, em 2013, o índice era de 56%.
Esses percentuais são de 51% na Argentina, 47% no Uruguai e 48% no Chile. Atualmente, 95% dos procedimentos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tornando o País referência mundial no campo dos transplantes e maior sistema público do mundo.
A rede brasileira conta com 27 Centrais Estaduais de Transplantes (todos os estados e Distrito Federal), além de Câmaras Técnicas Nacionais, 510 Centros de Transplantes, 1.113 equipes de Transplantes e 70 Organizações de Procura de Órgãos (OPOs). Entre 2010 e 2014, houve aumento de 4,9% na quantidade de serviços habilitados pelo Ministério da Saúde para realizar transplantes no País, passando de 740 para 776.
Com a ampliação do acesso, o número de pessoas aguardando por um transplante no País caiu 36% nos últimos quatro anos. Em 2010, 59.728 pessoas constavam na lista nacional de espera e, em 2014, esse número caiu para 38.350. O controle do atendimento aos pacientes é realizado pelas Centrais Estaduais de transplantes, que mantêm em seus cadastros todas as informações sobre compatibilidade e situação de saúde do paciente.
O transplante de córnea é o que mais apresenta redução da lista de espera, isso porque cinco estados zeraram a fila por essa cirurgia em 2014. É o caso de Minas Gerais, Acre, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Pernambuco.
Campanha
Todos os anos, o Ministério da Saúde lança, em setembro, campanha publicitária para incentivar e conscientizar as famílias sobre a importância da doação. Com o slogan, “Viver é uma grade conquista. Ajude mais pessoas a serem vencedoras”, a campanha de 2015 tem como tema a alusão ao esporte e aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Atletas transplantados serão os protagonistas da campanha. Serão divulgados vídeos em TVs e redes sociais, cartazes, Mobiliário Urbano (MUB), broadside, e-mail, marketing direcionado a profissionais de saúde, posts nas redes sociais, além de uma ação nos cinemas.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde
Leia mais:
Paim pede solução para redução do número de cirurgias cardíacas infantis
Salta o número de transplantes no SUS nos três últimos anos
Número de transplantes no País cresce 118% em 10 anos