Medina: depois de ter sido usado no processo de impeachment como testemunha de acusação, tornou-se peça descartávelO barraco foi completo. Depois de ter chegado às redes sociais, na manhã desta sexta-feira, que o advogado-geral da União, Advocacia-Geral da União, Fábio Medina Osório, encontrava-se demissionário por ordem do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o demitido reagiu, dizendo que a única pessoa que poderia demiti-lo seria o próprio chefe do governo golpista, Michel Temer. O motivo da queda de braço entre Padilha, tido como o ministro mais poderoso, e o chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), segundo vazou, foi ainda mais bizarro. Osório ganhou o bilhete-azul, porque se interessou demais pelos colegas ministros acusados de envolvimento no esquema de distribuição de propinas da Lava Jato, particularmente do secretário da Presidência, Geddel de Lima, e do próprio Eliseu Padilha, além do usurpador maior, Michel Temer.
Após bate-boca com o ministro da Casa Civil, que o demitiu pessoalmente, Osório reagiu, dizendo que o único com autoridade que poderia demiti-lo seria o próprio presidente da República. Se for confirmado, ele terá sido o quarto ministro golpista obrigado a deixar o cargo.
O curioso é que Osório chegou à chefia da AGU levado pelo hoje desafeto Eliseu Padilha. A proximidade de ambos com a articulação golpista fez até mesmo com que o agora demissionário Osório participasse da farsa do processo de impeachment que depôs a ex-presidenta Dilma Rousseff. Convidado pela acusação no processo, ele compareceu ao Senado para depor. Sem ter o que dizer, referiu-se ao “conjunto da obra”.
O favor prestado aos golpistas, no entanto, não o tirou da condição de descartável. Com sua confirmação de sua demissão, Temer procura uma mulher para o lugar de Osório, para, assim, tentar neutralizar a imagem de governo golpista e misógino.