Nesta sexta-feira, 27 de março, o mórbido placar de mortes na Itália bateu novamente o recorde diário. De ontem para hoje, foram mais 919 mortes, totalizando 9.134 pessoas. Deste número, 5.402, são mortes ocorridas na Lombardia, região Norte do país. A principal causa da dramática situação tem seu epicentro na cidade de Milão, localizada na Lombardia.
O detonador das mortes em massa foi a decisão equivocada das autoridades e empresários locais. Em 27 de fevereiro, foi deflagrada a campanha #MilãoNãoPara, com aval do prefeito. A campanha desafiou as autoridades sanitárias, desmobilizou a já necessária quarentena e manteve a cidade funcionando normalmente. Naquele momento, a Lombardia contabilizava 258 infectados e a Itália inteira 12 mortos.
Em entrevista ao programa de televisão italiano Che tempo che fa, da emissora Rai, o prefeito Giuseppe Sala reconhece o brutal erro de avaliação sanitária. “Era 27 de fevereiro, o vídeo estava explodindo nas redes, e todos o divulgaram, inclusive eu. Certo ou errado? Provavelmente errado”, disse. “Ninguém ainda havia entendido a virulência do vírus, e aquele era o espírito”, disse ainda o prefeito.
No Brasil, o governo Bolsonaro insiste em aplicar a mesma orientação com campanha publicitária nas redes sociais e nas ruas. “Bolsonaro vai gastar quase 5 milhões de reais, sem licitação para combater medidas da OMS que protegem a população do Coronavírus”, denuncia o senador Rogério Carvalho (SE), líder do PT no Senado Federal. “?Por que o governo não usa esse dinheiro para comprar mais ventiladores mecânicos para UTIs?”, questiona.
“Estamos no mesmo barco, todos frágeis e desorientados, mas ao mesmo tempo importantes e necessários”, disse o Papa Francisco na Praça de São Pedro completamente vazia. É histórico. É preciso cada um fazer a sua parte. #PapaFrancisco #COVID19 pic.twitter.com/qfIlPDa5eX
— Humberto Costa (@senadorhumberto) March 27, 2020