Considerado a esperança da maioria dos argentinos para barrar o desastroso governo de Mauricio Macri, o candidato a presidente Alberto Fernández conversou por cerca de uma hora com ex-presidente Lula nesta quinta (4) em Curitiba. “Falamos de tudo, menos futebol”, brincou o representante progressista do país vizinho que visitou o companheiro brasileiro ao lado do ex-ministro Celso Amorim.
Fernandez, que também é professor de direito penal na Universidade de Buenos Aires, vê com muita preocupação a prisão política de Lula, a quem atribui enorme respeito e admiração de seus conterrâneos. A detenção de Lula é uma mácula ao Estado de Direito do país. Me preocupa enormemente o que tem acontecido em nosso continente, em especial por aqui. O Brasil não merece uma mancha como a prisão política de Lula. O povo também não merece”, avalia.
Candidato pela coligação Unidade Cidadã, Fernández tem a ex-presidenta Cristina Kirchner como vice na chapa e sabe muito bem o quão cruel pode ser o poder judiciário quando vê seus próprios interesses (e das elites econômicas que representam) ameaçados – Kirchner teve a vida devassada pelos adversários e também foi vítima de perseguição política em seu país.
Por isso, Fernández deixa claro que não ampliar a mobilização pela libertação de Lula é fundamental para restabelecer as instâncias democráticas da região. “Vou estar ao lado de Lula fazendo tudo o que for necessário até que o sistema judicial entenda que é preciso respeitar os direitos e as garantias de todo cidadão. A prisão de Lula é simbólica para toda a América Latina. E a libertação será ainda mais simbólica.”, conclui.