O advogado da defesa da presidenta Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, conversou com a imprensa no começo da madrugada desta sexta-feira (26) e declarou que o depoimento do procurador Julio Marcelo, junto ao Tribunal de Contas da União, foi extremamente relevante para a defesa da presidenta legítima. Isto, porque Julio Marcelo foi ouvido como informante e não como testemunha. E, ao longo dos depoimentos, ficou claro que o auditor do TCU, Antonio Carlos D’ávila Carvalho trabalhou na construção da tese de que houve crime de responsabilidade. Curiosamente, o mesmo auditor foi o que recebeu, no TCU, a denúncia de Julio.
“O que aconteceu hoje foi tão assustador para demonstrar a verdade dos fatos. Se fosse um julgamento com as provas nos autos, eu acho que estava selada a sorte a partir de hoje para a absolvição”, afirmou.
José Eduardo Cardozo disse que Julio Marcelo, o procurador que fabricou a denúncia com ajuda do auditor do TCU, comprovou uma situação antiética, inaceitável e que fere o princípio da imparcialidade. “Ficou claro que Julio Marcelo foi assessorado pelo auditor que, no processo, deu razão a ele, quando havia divergências dentro do próprio Tribunal de Contas da União.
Julio Marcelo, que teve sua suspeição reconhecida, junto com o auditor, foi ajudado para fazer a representação e, curiosamente fora da unidade normal de competência, a representação do Julio Marcelo vai para o auditor, ou seja, o que é isso?”.
Cardozo disse para os jornais e tevês que acompanharam sua coletiva, que cada dia que passa fica mais sinistra a demonstração cabal da parcialidade, da construção de uma tese para incriminar a presidenta Dilma. “Se alguém tinha alguma dúvida disso, a sessão de hoje eliminou essa dúvida”, salientou.
Marcello Antunes