CCJ aprova relatório de Humberto que cria estrutura voltada aos direitos autorais

CCJ aprova relatório de Humberto que cria estrutura voltada aos direitos autorais

Ministério da Cultura vai responder pela estrutura administrativa da nova Comissão de Mediação de Conflitos em Direito Autoral

Humberto: solução de conflitos de interesse
vai ser mais rápida

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou, na manhã desta quarta-feira (23), a criação de oito cargos destinados a cuidar dos direitos autorais, no âmbito do Ministério da Cultura (MinC). A proposta foi relatada pelo líder do PT, senador Humberto Costa (PE), que já havia sido relator da nova Lei do Direito Autoral, aprovada no ano passado, atendendo a uma antiga reivindicação da classe artística.

Desde então, o MinC passou a ser o responsável pela autorização de instalação e fiscalização do funcionamento das associações destinadas à cobrança dos direitos autorais, com poderes para até mesmo extinguir essas entidades, em caso de irregularidades. O Ministério também se tornou responsável pela mediação de conflitos na área, por meio da criação de instância administrativa com essa finalidade. Os cargos aprovados pela CCJ serão destinados a essas tarefas.

“A instituição da Comissão de Mediação de Conflitos em Direito Autoral vai tornar mais ágil a solução dos conflitos de interesse, reconfigurar um ambiente de confiança para o setor e diminuir o custo assumido pela administração pública”, afirmou Humberto Costa em seu parecer favorável à criação dos cargos para essa nova instância. “É imprescindível garantir uma estrutura mínima para a área de direitos intelectuais do MinC”, avaliou o senador.

A nova Lei do Direito Autoral instituiu um sistema mais transparente de arrecadação e distribuição de recursos de execução musical pública. O texto construído por Humberto e aprovado por unanimidade pela Câmara e pelo Senado, foi apoiado por nomes como o guitarrista Frejat (Barão Vermelho),  Caetano Veloso, Roberto Carlos e Chico Buarque.  A principal mudança foi a criação de um sistema de fiscalização, ligado ao Ministério da Cultura, dos valores arrecadados pelo Ecad, além de assegurar aos artistas a possibilidade de acompanhar, via internet, em quais locais as suas músicas foram tocadas, como se deu a execução da obra e se os recursos relacionados àquela divulgação foram devidamente pagos.

O texto foi questionado no Supremo Tribunal Federal por dois tradicionais “cartórios” do direito autoral, a pela União Brasileira de Compositores (UBC) e pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), por meio de uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI). O Ecad é a instituição privada responsável pela centralização da arrecadação e distribuição dos direitos autorais.

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