Governo paralisado

Com Bolsonaro, único avanço é o atraso, critica Humberto

“Temos visto ações sistemáticas contra os direitos dos trabalhadores e medidas danosas ao setor produtivo”, critica o senador
Com Bolsonaro, único avanço é o atraso, critica Humberto

Foto: Alessandro Dantas

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), fez um balanço dos primeiros 43 dias do governo Bolsonaro e da “sensação de paralisia” que tomou conta do Brasil com as idas e vindas das decisões governamentais desde o dia 1º de janeiro deste ano.

“Neste último mês e meio, o que se viu foi um bate cabeça sem fim e tantas idas e vindas em decisões tomadas que a soma final foi igual a zero. O atraso é a única coisa que avança [com Bolsonaro]”, criticou Humberto.

O senador teceu críticas a Bolsonaro e sua equipe que, até o momento, ainda não foi capaz de apresentar medidas concretas para, por exemplo, reduzir a taxa de desemprego que afeta milhões de brasileiros. A única medida até agora do governo, lembra o senador, foi apresentar um decreto que facilita o porte de armas, num país recordista em número de mortes por armas de fogo.

[blockquote align=”none” author=””]“O primeiro mês do governo foi a continuidade das eleições. [Bolsonaro] faz de conta que governa pelo Twitter. Sua desconfiança com o vice-presidente é tão grande que nem mesmo internado aceitou passar o bastão [para o general Hamilton Mourão] deixando o País num imenso vácuo de comando”[/blockquote]

Humberto ainda lembra que o início do atual governo foi repleto de decisões truncadas por parte de diversos membros do governo e anúncios que foram desmentidos na sequência. O senador lembra da tentativa frustrada de Bolsonaro tentar vender um novo Brasil em sua passagem pelo Fórum Econômico Mundial, em Davos.

“O que temos visto, até agora, são ações sistemáticas contra os direitos dos trabalhadores e medidas danosas ao setor produtivo, como o fim das tarifas antidumping sobre a importação de leite em pó e a majoração de 58% dos pedágios das rodovias, que provocará uma alta direta nos preços de combustíveis e alimentos”, criticou.

Outras “trapalhadas” apontadas por Humberto, além do fim do programa Mais Médicos – que atendia cerca de 70 milhões de brasileiros -, são os posicionamentos da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e do ministro Ricardo Vélez (Educação). Recentemente, Ricardo afirmou que as “as universidades devem ficar reservadas para uma elite intelectual”.

“Todo dia é um show de horrores que parece interminável. E ainda temos para as próximas semanas a reforma da previdência que, do jeito que está proposta, será um ataque aos direitos dos trabalhadores, aposentados e pensionistas. Não queremos o quanto pior melhor. Esperamos que Bolsonaro comece a governar e a tratar dos temas que o povo precisa, que são educação, emprego, saúde e a melhoria de vida e dias melhores para todos, salientou.

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