Cheia persiste no Acre e Viana e Aníbal relatam problemas

Senadores foram à tribuna para contar sobre risco de desabastecimento.


Viana: pedido de ajuda ao Exército para
acompanhamento dos comboios (Agência Senado)

Petistas acrianos manifestaram, nesta quinta-feira, 20, preocupação com a situação das populações atingidas e isoladas pela cheia dos rios Beni, Acre e Madeira. Os senadores Jorge Viana e Aníbal Diniz voltaram à tribuna a fim de alertar para a gravidade do problema, que se agrava dia a dia, apesar do refluxo das águas do rio Acre.

Aníbal disse que, com o retorno das águas a seu nível considerado normal, as famílias começam a voltar para suas casas. Isso resulta em novo problema: assegurar os serviços de limpeza das ruas e casas que ficaram submersas. Sem isso, há risco sério de contaminação por doenças decorrentes da inundação, como a leptospirose e a hepatite.

A redução no nível das águas do rio Acre, porém, não muda a situação dos demais rios da região. O Rio Madeira continua subindo, porque as chuvas nas regiões mais próximas às nascentes, no Peru e na Bolívia, alcançam volume extraordinário.

Jorge Viana lembrou que a região, por estar entre o Acre e o Pará, numa área de planície, funciona como uma grande bacia, para onde as águas escorrem e de onde escoam lentamente.

“São quase 4 mil quilômetros de distância, onde há um desnível de 35 metros, e um único rio está em uma cota de 19,3 metros. É uma parede de água, e os dados demonstram que se trata de um volume de água nunca visto”, esclareceu o senador.

Os dois senadores comentaram os riscos de desabastecimento de produtos de primeira necessidade na região, já que a BR-364, que liga o

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 Aníbal: retorno às casas, alerta Aníbal, impõe
 preocupação com limpeza e doenças (Agência Senado)

Acre ao restante do País, está sob uma lâmina d’dágua.

Os governadores do Acre, Tião Viana, e de Rondônia, Confúcio Moura, estão negociando auxílio junto ao Ministério dos Transportes e, a partir desta quinta-feira, balsas servirão para o embarque de caminhões nos trechos mais alagados da rodovia.

O problema com essa operação é que a viagem para Rio Branco pode levar um dia, quando antes todo o trajeto era cumprido em sete, oito horas. “A situação é delicada. Os comerciantes passam uma situação vexatória, porque, como essa situação já se estende por quase 30 dias, os estoques não estão sendo renovados”, enfatizou Jorge Viana, que lembrou a velha lei da oferta e procura.

“Eu faço um apelo ao Exército brasileiro, que tem equipamentos, que pode estar na estrada, não para consertar estrada submersa, mas para estar guiando e ajudando e trabalhando com seus equipamentos na passagem dos comboios de caminhão”, pediu o senador, que voltou a solicitar uma linha de crédito imediata para os comerciantes e todos que trabalham na atividade produtiva no Acre.

“Isso para que eles possam honrar seus compromissos, para que eles possam pagar seus servidores com linha de crédito de capital de giro com juro diferenciado”, argumentou, anunciando que discutirá a questão na próxima terça-feira ((25), com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho.
 

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