“2022 é um ano que não permitirá que o tema da pandemia simplesmente seja colocado em segundo plano”, frisa o ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro, em entrevista para o Jornal da Rádio PT, na manhã desta quarta-feira (19).A retomada do tema do complexo econômico industrial da saúde, destruído com o golpe contra Dilma Rousseff, é vista por Chioro como imprescindível para o Brasil avançar e se preparar para o futuro.
A proposta é desenvolver um grupo de trabalho com especialistas da saúde e economistas que pensam sobre a política industrial para elevar o tema do complexo médico industrial da saúde como estratégia para formulação de um programa de governo e de proposição de alternativas.
“ Temos de ter um centro de controle de doenças, que consiga lidar com doenças emergentes, reemergentes, com monitoramento hegemônico e que tenha uma área técnica de altíssimo nível do governo federal para assessorar e apoiar a formulação das políticas públicas e os protocolos de proteção dos Estados e municípios”.
Reforçar o SUS
Além da política industrial, Chioro destaca a necessidade de reforçar o Sistema Único de Saúde (SUS) no país, em particular as redes básicas e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), reconhecendo o valor e a importância dos trabalhadores e trabalhadoras que, após dois anos de pandemia, estão exauridos.
“Há sobrecarga nos serviços de saúde pelo aumento da demanda e sobrecarga de funcionários que se infectam e precisam se afastar do trabalho. Teremos, ainda, de reconstruir o Ministério da Saúde, que foi completamente destruído pela sequência de ministros desqualificados e anti-SUS”.
Além da reconstrução da gestão do Ministério da Saúde, ele defende a reconstrução da gestão interfederativa do SUS e o fortalecimento do sistema para dar respostas para casos de Covid-19, assim como de transtornos mentais agravados pela pandemia, além do conjunto de problemas que ficaram represados, como as cirurgias eletivas e tratamento de câncer, por causa da pandemia.
Chioro falou ainda sobre a defesa de ex-ministros da saúde em relação à vacina para as crianças, sobre a relevância de se desenvolver uma política de universalização de testagem, sobre os problemas gerados como a falta de máscaras, de testes, de oxigênio e respiradores, além de medicamentos para indução do processo de intubação.