A atividade industrial do País apresentou recuperação em janeiro com o levantamento dos Indicadores Industriais, que apontou queda na ociosidade da indústria, indicando aquecimento do setor. O nível de utilização da capacidade instalada da indústria brasileira subiu de 82,9%
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para 84% entre dezembro do ano passado e janeiro de 2013, com ajuste sazonal. É a taxa mais alta desde fevereiro de 2008, quando o índice foi de 84,4%, na série com ajuste sazonal. É o revela a pesquisa “Indicadores Industriais”, divulgada nesta terça-feira (12) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Tudo indica que o ciclo de ajuste dos estoques se encerrou no fim do ano passado e, agora, os aumentos de demanda serão repassados à produção”, disse o gerente executivo de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
Na comparação com janeiro de 2012, quando o uso da capacidade foi de 81,4%, na série com ajuste sazonal, o nível de utilização da indústria também avançou. Sem ajuste, o índice de janeiro de 2013 ficou em 81,6% frente 78,8% no primeiro mês do ano passado.
Segundo a pesquisa, as horas trabalhadas apresentaram expansão em 13 setores da indústria de transformação, quando se compara janeiro deste ano com o mesmo mês do ano passado. Na comparação com o dezembro de 2012, o resultado teve a maior expansão nos últimos cinco meses.
Na semana passada, a Pesquisa Industrial Mensal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também revelou que a indústria está se preparando para aumentar sua produção, registrando crescimento de 2,5% em janeiro, em relação ao mês anterior. Essa é a maior alta desde março de 2010. O destaque ficou por conta da produção de bens de capital, que registrou alta de 8,2% entre dezembro e janeiro.
Em contrapartida, de acordo com a CNI, “o mercado de trabalho ainda não acompanhou o crescimento da atividade do setor”. Todos os outros indicadores apresentaram queda. O faturamento recuou 4,2% em janeiro, em relação a dezembro. “A queda de janeiro reverteu quase todo o crescimento do indicador registrado no último trimestre de 2012”, avaliou a entidade.
Na avaliação do economista da CNI, Marcelo de Ávila, mesmo com os resultados negativos, o levantamento aponta expansão da indústria. “Foi um mês positivo para a atividade industrial. O crescimento das horas trabalhadas e da utilização capacidade instaladas foram excelentes, bem diferente do que vinha ocorrendo no setor”, comentou.
O especialista destacou também, que é preciso constância do aumento das atividades nos próximos meses, para que os resultados positivos atinjam os indicadores do mercado de trabalho. “Caso os resultados continuem assim, o mercado de trabalho também vai acompanhar essa tendência. O emprego se move de maneira mais lenta, mas, se houver continuação do crescimento da atividade, o emprego começa a reagir a esse aumento”, acrescentou.
Faturamento
Dos 21 setores da indústria de transformação pesquisados CNI, 16 apresentaram alta no faturamento real – ao considerar a inflação do período – em janeiro em relação ao mesmo período do ano passado. O maior crescimento foi registrado no setor de indústria de vestuário, com avanço de 22,5% no índice de faturamento real.
Houve queda nesse indicador em cinco segmentos entre janeiro deste ano e o primeiro mês do ano passado. São eles: têxtil; químico; metalurgia; máquinas e materiais elétricos; e equipamentos de transporte, exceto veículos automotores.
Na mesma comparação, a maior queda no faturamento foi registrada nos segmento de equipamentos de transporte, exceto veículos automotores, com baixa de 35,6%. Esse setor inclui a produção de carrocerias, aviões, navios e reboques, explicou a CNI.
Emprego e massa salarial
O nível de emprego recuou 0,2% em janeiro, na comparação com o mês anterior, na série dessazonalizada, e teve retração de 0,4% ante janeiro de 2012. O número de horas trabalhadas aumentou 0,8% na indústria em janeiro, ante dezembro do ano passado, com ajuste. Em relação ao mesmo mês de 2012 houve avanço de 1,6% em janeiro. A massa salarial real na indústria teve desempenho negativo em janeiro, com baixa de 1,8% ante dezembro. O dado é deflacionado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e dessazonalizado. Em comparação com janeiro de 2012, o indicador avançou 0,9%. Já o rendimento médio real em janeiro de 2013, também deflacionado pelo INPC e com ajuste sazonal, caiu 0,4% ante dezembro do ano passado e subiu 1,3% ante igual período de 2012.
Com agências online
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