Humberto Costa

‘Com apoio do PSDB, Temer ataca direitos trabalhistas’

Peemedebista contou com base aliada para aprovar reforma trabalhista mesmo mergulhado em crise sem precedentes
‘Com apoio do PSDB, Temer ataca direitos trabalhistas’

Foto: Alessandro Dantas

Responsável por encaminhar o voto contrário à reforma trabalhista pelo bloco da oposição ao governo Temer na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o líder da Minoria, Humberto Costa (PT-PE), criticou o conteúdo agressivo da proposta em relação aos trabalhadores, os aliados do Palácio do Planalto e, também, o momento da aprovação da matéria, justamente no dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inicia o julgamento da cassação do mandato do presidente da República.

Mesmo mergulhado numa crise política e moral sem precedentes, o governo contou com a sua base para aprovar, nessa terça-feira (6), a reforma por 14 votos a 11, especialmente com a ajuda do PSDB. Assim, os três votos em separado apresentados por integrantes da oposição, que preservaram direitos históricos dos trabalhadores, foram rejeitados pelo colegiado – o mesmo ocorreu com quatro emendas que buscavam alterar o texto.

“Essa pseudorreforma impõe a adoção de contratos precários de trabalho e não vai gerar absolutamente nenhum emprego, como alega o governo. Fomos derrotados por uma margem muito pequena de votos e ficou muito claro que a responsabilidade da aprovação desse pacote de maldades contra o brasileiro só se deu por conta do apoio do PSDB e do DEM”, afirmou Humberto.

Agora, a matéria segue para análise da Comissão de Assuntos Sociais e, se passar, vai para a Comissão de Constituição e Justiça. Depois, caso aprovada, será apreciada pelo plenário da Casa.

“O país está absolutamente à deriva. No momento, nem governo nós temos. Toda a governabilidade e credibilidade que resta a Temer está sendo destruída. É inacreditável. Nem a velhinha de Taubaté acredita mais no Palácio do Planalto e no PSDB, que dá sustentação a Temer”, afirmou Humberto.

Ele reiterou que a comissão aprovou uma proposta absolutamente favorável aos interesses do empresariado, sob o pretexto equivocado de que se trata de uma modernização das relações trabalhistas.

“Vimos aqui que o Senado abriu mão, inclusive, como Casa Revisora que é, de fazê-lo no texto. O relatório de Ricardo Ferraço (PSDB-ES) é ipsis litteris o texto vindo da Câmara dos Deputados e ainda traz o discurso de recomendação de veto e outras medidas a serem tomadas pelo governo. Eu duvido que Temer possa cumprir qualquer acordo”, ressaltou.

O senador lembrou que a proposta ainda promove a terceirização ampla e restrita, torna desigual a relação dos trabalhadores com os patrões, diante da possibilidade de se fazer acordos que se sobrepõem às leis existentes, e enfraquece os sindicatos, ao estabelecer o fim do imposto sindical de uma só vez, sem escalonamento.

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