Com Bolsa-Atleta, jovens promessas treinam para 2016

Uma nova geração de atletas se dedica aos treinos para conquistar uma vaga nas Olimpíadas Rio 2016 com a ajuda do programa Bolsa-Atleta, do Ministério do Esporte. Entre as promessas estão Acauan Dalóia, no bicicross, e Amanda Lima, do judô.

Acauan é bolsista na categoria nacional. No ano passado, foi o segundo colocado no Pan-Americano da modalidade, na Argentina. Ficou em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro e foi campeão brasiliense de bicicross. 

Apesar da pouca idade (15 anos), a judoca Amanda Lima, beneficiada pelo programa na categoria estudantil, acumula mais de cem medalhas conquistadas desde 2005, quando a lutadora, faixa marrom, subiu ao pódio em sua primeira competição. “Comecei brincando e, quando participei do meu primeiro campeonato, já sabia que queria competir. Com certeza, buscarei uma Olimpíada no futuro”, diz a judoca.

Com o benefício do programa, conquistado no ano passado e administrado pelos pais da jovem atleta, Amanda financia os gastos. “Ajuda a custear materiais, viagens e até lanche e condução para ir ao treino”, afirma Francisco das Chagas, pai da atleta.

O Bolsa-Atleta já distribuiu mais de 18 mil bolsas e, só neste ano, 4.243 atletas são beneficiados em 53 modalidades dos programas olímpico e paralímpico. “Um patrocínio pode durar ou não. O Bolsa é uma política de Estado para apoiar o atleta de forma consistente”, diz o diretor de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Marco Aurelio Klein.

Jogos de Londres – Dos 259 atletas que competirão nos Jogos Olímpicos de Londres, 111 são beneficiados pelo programa Bolsa-Atleta. Nas Paralimpíadas, há 156 bolsistas de 182 atletas classificados. A dupla de canoístas Erlon de Souza e Ronilson de Oliveira é parte desse grupo. “Se não fosse o Bolsa-Atleta, tenho certeza que hoje eu não estaria remando, esse foi um dos únicos benefícios que eu tive para dar um pontapé inicial na minha carreira”, afirma Souza. O colega de Souza, Ronilson de Oliveira, estava na mesma situação. “O Bolsa-Atleta foi meu passo inicial, eu não tinha condições de pagar viagens”, diz Ronilson.

Os dois competidores vão representar o Brasil na prova de canoagem velocidade C2 1.000 metros. “Este ano começamos a desenvolver um novo trabalho, numa regata internacional na Itália, ganhamos duas medalhas de ouro. Aqui no Rio de Janeiro, ganhamos o Pan-Americano, e conseguimos duas medalhas de ouro, retornamos para a Europa e conseguimos duas medalhas de prata, uma delas em etapa da Copa do Mundo”, relata Souza.

Já outra dupla, Lara Teixeira e Nayara Figueira, do nado sincronizado, decidiu se dedicar exclusivamente aos treinos, sem participar de competições no período que antecede os jogos de Londres. “Estamos na expectativa por disputar nossa primeira final olímpica e, quem sabe, nossa primeira medalha”, conta Nayara Teixeira. 

As brasileiras vão reapresentar a coreografia “Corpo”, que garantiu o bronze nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011. “Nós apenas aperfeiçoamos e acrescentamos algumas coisas. No nado sincronizado vemos muitas coreografias batidas e acho que a criatividade será um diferencial”, ressalta Lara Teixeira.

Salário mensal a quem não tem patrocínio 

O Programa Bolsa-Atleta dá um salário mensal ao competidor de alto rendimento que não possui patrocínio. Com esse suporte financeiro, os esportistas podem dedicar-se integralmente aos treinos, sem usar o tempo que seria de preparação para outro tipo de trabalho. Os valores mensais repassados são diferentes para cada categoria: R$ 370 para atletas estudantis; R$ 950 para atletas nacionais, R$ 1.850 para atletas internacionais e R$ 3.100 para atletas olímpicos e paralímpicos.

O processo de seleção é feito pelo Ministério do Esporte e os atletas podem se candidatar a partir dos 14 anos. O requisito é que tenham resultados expressivos obtidos no ano anterior. As inscrições para as modalidades olímpicas e paralímpicas são abertas entre novembro e dezembro de cada ano e o resultado é divulgado em março.

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