Com depoimento, CPI do Cachoeira retoma trabalho nesta terça

Além do depoimento de Carlos Leréia, pego em escutas, a CPI analisará mais de 500 requerimentos.

A CPI recebeu 80 CDs com informações telefônicas de pessoas e empresas investigada e informações enviadas pelas operadoras relativas aos governadores Agnelo e Perillo.

 

Passado o primeiro turno das eleições municipais, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira volta a se reunir na próxima semana e já tem um depoimento marcado para a terça-feira (09/10). O tucano Carlos Leréia (PSDB-GO), flagrado em escutas telefônicas da Polícia Federal (PF) em diálogos com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira deve ser ouvido a partir das 15 horas e integrantes da comissão garantem que ele vai falar.

O momento mais aguardado, porém, é a reunião administrativa marcada para a quarta-feira (10/10). É que a pauta está cheia e há mais de 500 requerimentos para serem apreciados e o prazo limite para a CPMI, caso não haja prorrogação, é o fim deste mês. Para que a comissão continue os trabalhos, será necessário que seus membros aprovem requerimento prorrogando as atividades. Caso seja aprovado pela CPMI, o requerimento precisará ainda passar pelo plenário do Congresso.

Entre os requerimentos que estão na pauta da CPMI, constam pedidos de quebra de sigilos de 12 empresas que receberam recursos da Delta Construções, apontada pela PF e pelo Ministério Público Federal como elo financeiro da organização criminosa liderada por Cachoeira.

Na pauta da CPMI também há requerimentos que propõem a acareação do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot com Cachoeira. Os dois já prestaram depoimento ao colegiado. Pagot disse não conhecer Cachoeira. Já o empresário preferiu o silêncio.

Nos últimos dias, a CPMI recebeu vários documentos relativos aos pedidos de quebra de sigilo telefônico de pessoas ligadas à organização criminosa chefiada pelo empresário. Também foram entregues 80 CDs com informações telefônicas de pessoas e empresas investigadas. Os dados, das operadoras Oi e Nextel, são resultantes de quebras de sigilo telefônico aprovadas pelos integrantes da CPI. Entre as pessoas que tiveram as informações enviadas pelas operadoras estão os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Os CDs também contém informações telefônicas do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), da atual mulher de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça; da ex-mulher, Andrea Aprígio; e da construtora Delta, de propriedade de Fernando Cavendish. Também chegaram dados relativos a uma linha do ex-senador Demóstenes Torres (GO), que teve o mandato cassado sob a acusação de usar o mandato em favor da organização, e de diversas outras pessoas e empresas supostamente ligadas ao grupo.

Os novos dados chegam à CPI após reunião realizada no dia 26 de setembro entre o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG) e representantes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e das operadoras. Na ocasião, o relator pediu celeridade na transferência dos sigilos, já que o relatório depende dos dados telefônicos.

Segundo a assessoria do relator, os dados, especialmente os enviados pela empresa Nextel, podem ajudar a CPI nas investigações. As denúncias apontam a existência do chamado “clube do Nextel”, formado por integrantes da organização, que usavam rádios na tentativa de evitar grampos. As investigações da Polícia Federal apontam para a existência de 45 aparelhos usados pelo grupo.

Com informações das agências Senado e Brasil

 

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