Em 2011 e
Parte do aumento do setor privado verificado no governo Dilma é consequência direta do crescimento econômico registrado no último ano de Lula. Em 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) subiu 7,5%, levando a um reajuste de 14,13% do salário mínimo, em 2012—o cálculo para o reajuste do mínimo tem como referência a inflação do ano anterior e o PIB dos dois anos anteriores. Esse reajuste atinge diretamente a média salarial do setor privado. Na área pública, a proporção de pessoas que ganham o piso é menor. Como no ano passado o PIB cresceu menos (apenas 0,9%), em 2014 o reajuste do mínimo será menor e puxará menos a alta salarial do setor privado.
Outro fator que influencia os números apurados pelo IBGE é que o alto grau de formalização dos trabalhadores no setor privado, entre 2003 e 2010, puxou para baixo a média dos vencimentos dos empregados regidos pela CLT, já que cada vez que uma pessoa sai da informalidade e passa a ganhar o salário mínimo com carteira assinada—e passa a contar nas estatísticas — a renda média dos empregados privados diminui.
Revertendo o arrocho
Durante os oito anos da gestão Lula, o governo trabalhou para reverter um longo histórico de arrocho salarial vivido pelo funcionalismo público, setor no qual a maioria das categorias — representando cerca de 80% do total de servidores — não teve qualquer reajuste salarial ao longo do governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso. Em alguns casos, a reposição das perdas exigiu reajustes somados de até 576%, entre 2003 e 2010, como foi o caso dos pesquisadores em topo de carreira do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
O compromisso do governo Lula era de que nenhum servidor público federal chegaria ao final de seu mandato tendo recebido um reajuste inferior à inflação do período. Como explicou o então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, essa política era necessária para atrair e manter servidores com grau de qualificação à altura do bom exercício das funções públicas.
Com informações do www.achadoseconomicos.com.br