O senador Jean Paul Prates (PT-RN) criticou, nesta terça-feira, dia 04 de fevereiro, a fusão da Embraer com a Boeing. Ele destacou que uma decisão dessa magnitude não pode ser definida por um único conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“O Brasil é a parte mais interessada no assunto. Precisamos nos manifestar para que esse tema seja apreciado por todo o colegiado do CADE. Estou entrando com uma interpelação nesse órgão sobre o tema”, afirmou.
Na semana passada, o conselheiro do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Alexandre Macedo, aprovou duas operações envolvendo a Boeing e a Embraer. A primeira delas consiste na aquisição pela Boeing de 80% do capital do negócio de aviação comercial da Embraer. A outra aprova a criação de uma joint venture (reunião de duas ou mais empresas com o objetivo e realizar uma atividade econômica comum) voltada para a produção da aeronave de transporte militar KC-390.
“A decisão do órgão brasileiro não pode ser feita por uma única pessoa. No Exterior, esse tema é debatido pela Comissão de Comércio dos EUA e pela Comissão Europeia, que suspendeu pela segunda vez a análise do acordo de joint venture entre a Embraer e a Boeing”, disse.
Jean Paul afirmou que o legislativo e a sociedade precisam debater melhor esse tema. “Querer passar uma empresa valiosa brasileira para outra que está quebrando é o mesmo que dizer que a Boeing vai abraçar nossa Embraer e vai levá-la para o fundo do poço”, afirmou.
Prates lembrou também que a empresa Boeing está envolvida com sérios problemas na fabricação de seus modelos 737 Max, que protagonizou dois acidentes fatais nos últimos cinco meses.
“A Boeing é um buraco negro, um sugador de energia e de dinheiro diante dessas vítimas fatais. Ela vai engolir nossa Embraer”, finalizou.