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Pasadena está longe de ser um prejuízo irrecuperável. O alardeado prejuízo não significou nem de longe descapitalização da empresa e, se o ritmo de produção continuar como nos primeiros dois meses deste ano, em vinte meses o famoso prejuízo de US$ 530 milhões de dólares poderá ser facilmente revertido.
A previsão é do ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, que falou nesta terça-feira (20) na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga denúncias de irregularidades na Petrobras.
Respondendo a um questionamento do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), Gabrielli tomou por base as informações da atual presidenta da empresa, Graça Foster, que informou um lucro de US$ 58 milhões de dólares com a refinaria de Pasadena no primeiro bimestre desse ano.
O ex-presidente previu, então que, mantido o ritmo e levando-se em conta o custo inicial de aquisição da refinaria americana (US$ 1,4 bilhões) e o fato de que ao ano ela demanda US$ 80 milhões anuais para manutenção, o investimento total de aquisição foi de US$ 1,9 bilhões.
Em sete anos, período no qual a Pasadena está em funcionamento depois da entrada da Petrobras, o custo total foi, portanto de US$ 2,4 bilhões. “Em 2014, a empresa começa a ter resultado positivo que vai sendo abatido do prejuízo assumido de US$ 530 milhões”, explicou.Segundo Gabrielli, a refinaria passaria a ser superavitária em 20 meses. “Pasadena não é um prejuízo para sempre”, garantiu.
Especuladores
Humberto Costa também perguntou a quem interessaria “fabricar” a imagem de que a Petrobrás seria uma empresa mal gerida e à beira da falência. Gabrielli explicou que as variações nos preços das ações são muito interessantes para especuladores do mercado de ações – que se especializam em lucrar comprando na baixa e vendendo na alta.
“Os especuladores adoram esse movimento”, disse o ex-presidente da Petrobras. Gabrielli recordou que, no caso da Petrobrás, houve dias em que a variação na cotação das ações foi de até 5%. “Em 40 dias, houve uma oscilação para cima de 41%. Ou seja, muita gente ganhou muito com isso”, concluiu.
O senador Aníbal Diniz (PT-AC) estranhou a ausência de parlamentares da oposição na audiência. Afinal, foi a oposição que exigiu a abertura das investigações, alegando que havia irregularidades graves a investigar. “A oposição, pelo visto, fez três Fs: fez fumaça e fugiu”, ironizou.
Giselle Chassot