O leite está mais caro que a gasolina? Pessoas andam deixando itens da cesta básica nos carrinhos de supermercado? Mais de 33 milhões de cidadãos passam fome? Para Jair Bolsonaro, nada disso interessa. O importante é que caíram os impostos incidentes sobre whey protein e acessórios para as claques das motociatas. “Ajuda o pessoal que malha”, justificou na live das quintas-feiras, quando distribuiu “patadas” em assessores.
O inquilino do Palácio do Planalto se referia à decisão tomada nessa quarta-feira (17) pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que alterou a alíquota de sete itens da pauta de importação brasileira por meio da inclusão dos produtos na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec) do Mercosul.
Conforme o Gecex, a partir de 1º de setembro serão zeradas alíquotas de concentrados de proteínas e substâncias proteicas texturizadas; complementos alimentares; coletes e jaquetas, impermeáveis, em tecido de poliamida de alta tenacidade, providos de sistema de insuflação (airbags), utilizados para proteção de motociclistas.
Para 4% cairão as alíquotas de lactalbumina, incluindo concentrados de proteínas de soro de leite. O subproduto da produção de queijos passou a ser oferecido nos supermercados após o estouro do preço do leite, mas não tem as qualidades do leite convencional porque perde gorduras. Como o leite tem vitaminas absorvidas apenas na presença de gordura, o consumo dessa sobra pode causar deficiências nutricionais.