Os mesmos que falam em economizar R$1 trilhão acabando com a aposentadoria dos trabalhadores, votaram para manter um benefício aos ruralistas que, em dez anos, vai deixar de arrecadar R$80 bilhões para Previdência. Na madrugada desta sexta-feira (05), a comissão especial da reforma na Câmara votou para que a produção rural exportada continue isenta de tributações. As informações são da Folha de S. Paulo.
O texto do relator da reforma na comissão especial da Câmara, Samuel Moreira (PSDB), previa cobrança de tributos desses produtores que hoje são isentos. No entanto, um movimento articulado pela bancada ruralista derrubou o trecho na calada da noite. A isenção foi mantida por meio de um destaque – pedido para que uma parte do texto seja analisado separadamente pela comissão – apresentado pelas bancadas do PP, MDB e PTB.
O Partido dos Trabalhadores se manteve firme para que a cobrança fosse mantida. A taxação dos ruralistas que exportam seus produtos foi o único ponto apoiado pelo PT na reforma da Previdência. Isso justamente por ser o único trecho que cobra dos grandes produtores, e não da classe trabalhadora.
“Pelo menos um ponto vamos concordar nessa discussão toda”, afirmou a presidenta nacional do partido, deputada Gleisi Hoffmann. “Nós vamos contra essa proposta porque ele diminui a base arrecadatória da Previdência”, disse sobre manter a isenção.