Direito do consumidor

Com voto do PT, Senado aprova despacho gratuito de bagagem em voos

Plenário confirmou emenda incluída pela Câmara em MP da Aviação Civil. PT no Senado luta pela gratuidade desde 2016

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Com voto do PT, Senado aprova despacho gratuito de bagagem em voos

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Com o apoio da bancada do PT no Senado, o Plenário aprovou nesta terça-feira (17) o direito de passageiros de voos comerciais de despachar gratuitamente bagagem de até 23 quilos em viagens nacionais e de até 30 quilos em voos internacionais. A votação aconteceu durante a discussão da MP 1089/2021, que altera regras para o funcionamento da aviação civil no país.

A franquia de bagagens foi extinta em 2017, por meio de uma regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicada em dezembro de 2016, poucos meses após o golpe contra Dilma Rousseff. O argumento, flagrantemente falacioso, era de que a medida reduziria os custos das viagens e, consequentemente, provocaria a redução dos preços das passagens.

O que se apontava pelo PT e a oposição na época acabou se confirmando: as empresas passaram a cobrar pelo despacho de bagagens e não reduziram o preço dos bilhetes.

A medida da Anac entraria em vigor três meses depois de publicadas. Mas logo no dia seguinte, o senador Humberto Costa (PT-PE) apresentou projeto de decreto legislativo para sustar a medida da Anac. O texto foi aprovado imediatamente pelo Plenário. No entanto, a Câmara jamais levou a iniciativa à votação, após ação intensa do lobby das companhias aéreas, denunciada na época pela bancada de oposição.

O tema voltou à tona em 2019, quando o Congresso analisou a MP 823/2018, que abriu o mercado o aéreo brasileiro à presença de empresas com 100% do capital estrangeiro. Também por iniciativa de Humberto Costa, foi aprovada emenda a essa MP proibindo a cobrança pelo despacho de bagagens no transporte aéreo.

A emenda, no entanto, foi vetada pelo presidente Bolsonaro e o veto foi confirmado pelo Congresso Nacional em setembro de 2019.

Agora, a Câmara restituiu a gratuidade do despacho de 23kg e 30kg em votação no mês passado da MP. O relator no Senado, Carlos Viana (PSD-MG), suprimiu essa emenda, mas o Plenário do Senado, com o apoio do PT, manteve o texto para que a franquia seja garantida aos passageiros.

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