Campanha do governo federal quer prevenir doença, começando por meninas de 11 a 13 anos
A terceira maior causa de mortes de mulheres no Brasil foi identificada como o câncer do colo de útero. Os dados mais recentes consolidados, referentes ao ano de 2011, mostram que 5.160 mulheres foram a óbito em decorrência da doença – a maioria delas sem renda suficiente para pagar pela vacina, de cerca de R$ 1 mil.
Esse cenário tende a ser reduzido ano a ano, com a largada da primeira vacinação contra o vírus causador da doença, o HPV (papiloma humano), conforme anunciou, na noite desta quarta-feira (30), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em rede nacional de rádio e TV.
“Marquem na agenda: no dia 10 de março, começa a vacinação contra o HPV nas escolas [púbicas e privadas] e nos [36 mil] postos de saúde da rede pública. É só apresentar um documento com foto ou o cartão de vacinação”.
A medida será incorporada no calendário de vacinação de meninas de 11 a 13 anos. Nessa faixa etária, existem hoje no Brasil 5,2 milhões de garotas. A meta é vacinar 80% delas, ou em números reias 4 milhões de jovens. A escolha da idade, conforme explicou o ministro Padilha, respeita um critério técnico. “Para reduzir a incidência dessa doença, é preciso começar cedo. De preferência, na idade em que o organismo mais produz anticorpos”, afirmou.
A vacina
A vacina contra HPV que será distribuída no SUS é a quadrivalente, que previne contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero, responsável atualmente por 95% dos casos de câncer no País – é o segundo tipo de tumor que mais atinge as mulheres, atrás apenas do câncer de mama. Serão três doses: a segunda deve ser aplicada em um intervalo de seis meses e a terceira após cinco anos.
“Com essa campanha, o governo federal vai dar uma contribuição decisiva para a saúde da mulher brasileira, que até então tinha poucos meios para prevenir, já na infância, o câncer do colo de útero”, avaliou Padilha.
O Ministério da Saúde fechou um acordo de transferência de tecnologia para permitir que a vacina pudesse ser fabricada no Brasil, pelo Instituto Butantan de São Paulo. Parceria que permitiu a compra das doses da vacina a um custo reduzido, representando uma economia de R$ 83 milhões.
Catharine Rocha
Assista ao pronunciamento do ministro da Saúde
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